Uma pesquisa conduzida no Reino Unido e publicada no periódico científico The Lancet trouxe à tona descobertas sobre os efeitos pós-COVID na atividade cerebral, equiparando-os a um envelhecimento de dez anos. Os resultados mostram que, mesmo após dois anos, pessoas que foram infectadas pelo coronavírus ainda podem ser impactadas.
No total, aproximadamente 3.335 indivíduos participaram do estudo, divididos em duas etapas. Eles foram submetidos a testes de desempenho cognitivo, avaliando sua memória de trabalho, atenção, raciocínio e controle motor. As análises ocorreram entre 12 de julho e 27 de agosto de 2021 e, posteriormente, entre 28 de abril e 21 de junho de 2022.
Os pesquisadores indicaram que aqueles afetados pelos sintomas da COVID por três meses ou mais apresentaram um desempenho significativamente pior nessas tarefas, quando comparados com aqueles que persistiram por um período menor. Ainda não se sabe ao certo se os déficits melhoraram com o tempo e nem sobre a continuação dos efeitos.
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O médico neurocirurgião Felipe Mendes, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, acredita que esse tipo de pesquisa é fundamental para compreender melhor sobre os efeitos da COVID a longo prazo.
"Estudos prospectivos - aqueles que fazem o acompanhamento das pessoas em um horizonte de tempo maior - permitem avaliar os efeitos a longo prazo da doença com o intuito de trazer respostas para as principais dúvidas levantadas durante o período da pandemia. É uma doença nova, não sabemos quais serão suas consequências em um futuro mais distante. Avançar no conhecimento sobre ela é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, buscando possibilidades de prevenção e tratamento."
Além dos quadros neurológicos, Felipe reitera que, em muitas pessoas, a COVID pode causar sintomas debilitantes persistentes, tais como a fadiga, lapsos de memória, piora do raciocínio, insônia e alterações de humor como ansiedade e depressão.
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