obesidade é uma condição médica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal causado quase sempre pelo consumo de energia superior àquela usada pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia. Ou seja, ocorre quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente.



Trata-se de uma doença crônica considerada um problema de saúde pública em muitas partes do mundo, já que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas afetadas. Estima-se que mais da metade da população mundial estará acima do peso ou obesa até 2035 se não houver uma ação significativa para conter o problema, de acordo com a Federação Mundial da Obesidade.

"Vivemos hoje o que podemos chamar de epidemia da obesidade, já que a doença cresceu de forma desordenada e totalmente fora do previsto", afirma a ginecologista e associada da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), Silvia Joly. Segundo ela, um estudo realizado nos Estados Unidos comparou o índice corporal de mulheres na década de 1980 e nos dias de hoje. Os resultados mostraram que, há 40 anos, 19% das mulheres eram obesas, enquanto hoje elas são 42%.

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A médica alerta que a obesidade está intimamente ligada a doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardíacas, distúrbios respiratórios (como apneia do sono), problemas articulares e musculares, como osteoartrite e até mesmo problemas psicológicos, como baixa autoestima e depressão.




Ela esclarece que algumas pessoas acumulam gordura na região do abdômen, o que é ainda mais problemático. "Esse tipo de gordura apresenta mais riscos porque, em muitos casos, é do tipo visceral - uma gordura mais profunda, que fica ao redor dos órgãos e que libera substâncias tóxicas capazes de causar inflamações". Segundo Silvia, pessoas que têm esse perfil estão mais expostas às doenças relacionadas à obesidade.

A especialista revela que, para saber quando essa gordura está em excesso e apresenta risco para a saúde, uma das maneiras é por meio da medida da circunferência abdominal: circunferências superiores a 88 cm, para mulheres, e 102 cm, para homens, são consideradas de risco.

"Mas ressalto que esse cálculo é apenas uma referência, pois não considera o percentual muscular de cada indivíduo, algo extremamente necessário para determinar se alguém está, de fato, obeso", diz. Além disso, Silvia lembra que existem aparelhos capazes de detectar o percentual de gordura visceral de cada pessoa, como as balanças de bioimpedância.

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