Dia 8 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, data criada para conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares. Apesar de ser visto como algo ruim, o colesterol desempenha funções no organismo humano. Faz parte da estrutura das células e é fundamental para a produção de alguns hormônios e vitaminas. Além disso, os ácidos biliares, substâncias que auxiliam na digestão, são formados a partir do colesterol. Ou seja, seu trabalho é importante no funcionamento do organismo. Porém a situação muda quando há excesso da partícula LDL-colesterol (conhecida como colesterol ruim) e de outros tipos de gordura.



Ainda há pessoas que apresentam a hipercolesterolemia familiar, condição genética caracterizada pelos altos níveis de colesterol do tipo LDL no sangue e que, se não tratada, pode levar ao desenvolvimento de aterosclerose, ou seja, ao acúmulo de placas de gordura nas artérias.

Um aliado na detecção precoce da doença é o teste genético, que indica a predisposição do indivíduo em desenvolver o problema no futuro. Uma vez identificado o risco, a pessoa pode adotar um plano de medicina preventiva junto a um médico especialista.

"O teste genético é uma importante ferramenta de medicina preditiva e pode ser realizado para detectar não só a propensão ao colesterol alto, mas também outros problemas, como diabetes e alguns tipos de câncer. Embora não seja um diagnóstico definitivo, o conhecimento do risco permite que o paciente busque um médico e adote cuidados a fim de reduzir o risco de realmente ter a doença", explica o médico mestre em genética e cofundador do laboratório Genera, Ricardo Di Lazzaro.



A Genera possui uma base de dados com mais de 200 mil testes analisados e, segundo seu último levantamento, O perfil do DNA do brasileiro na saúde e bem-estar, pessoas identificadas com alto risco genético apresentam 2,5 vezes mais chances de desenvolver níveis elevados de colesterol total em comparação com pessoas que apresentam baixo risco genético. Além disso, o laboratório está desenvolvendo uma pesquisa genética inédita no Brasil para encontrar novos marcadores do DNA brasileiro que aumentam o risco de colesterol alto.

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"A genética não é o fator único e determinante para o desenvolvimento da doença. Outros fatores, como estilo de vida, alimentação e prática de atividade física, possuem uma influência ainda maior. Ou seja, é fundamental que os resultados dos testes sejam acompanhados com a orientação de um especialista", complementa Di Lazzaro.

Os testes genéticos também podem auxiliar na avaliação acerca da eficácia e efeitos colaterais de medicamentos específicos, permitindo que os médicos escolham tratamentos que sejam mais adequados a cada paciente, aumentando a eficiência e a segurança no tratamento do colesterol elevado. Um novo levantamento da Genera, sobre resposta a fármacos, apontou que 12,85% da população apresenta predisposição para maior taxa de resposta ao tratamento com Atorvastatina, frequentemente utilizada para diminuir os níveis de colesterol LDL no sangue.

Já em relação a efeitos colaterais, foi avaliado a predisposição para distúrbios musculares, concluindo que 26,4% apresentam predisposição para desenvolver distúrbios musculares durante o tratamento com Sinvastatina.

Com o conhecimento genético aliado a conscientização e abordagens multidisciplinares, é possível evitar e enfrentar o colesterol alto de forma mais eficaz, possibilitando a redução do seu impacto na saúde das pessoas.

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