A infecção urinária é causada por microrganismos presentes no trato urinário. Apesar de ser mais frequente em pessoas com algum tipo de comorbidade, como o diabetes, as infecções urinárias podem atingir pessoas de todas as idades, principalmente, homens acima dos 50 anos, devido ao aumento da próstata, e mulheres em geral, por causa da anatomia da uretra ser mais curta e, em alguns casos, devido a fatores hereditários.
Confira algumas dicas do urologista para evitar a doença:
- Beber, ao menos, dois litros de água por dia
- Não segurar o xixi. Sempre que tiver vontade, vá ao banheiro
- Fazer a higiene íntima de forma adequada. Nas mulheres, sempre de frente para trás
- Se consultar com um urologista rotineiramente
- Ter bons hábitos alimentares e praticar exercícios físicos
Sintomas e tratamento
Os sintomas mais comuns da infecção urinária são:
- Disúria: ardência ao urinar
- Polaciúria: vontade de urinar com muita frequência e sair pouca urina
- Dor infraumbilical
- Sangramentos, febre e queda do estado geral, sintomas mais urgentes que atentam para um caso mais avançado
O tratamento da infecção urinária, em geral, consiste no uso de antibióticos em ciclos curtos, geralmente de três a sete dias. Ao sentir qualquer um dos sintomas, é muito importante que a pessoa procure um médico, pois quanto mais precoce o tratamento de uma infecção, mais eficaz é o seu tratamento.
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"O ideal é sempre procurar um urologista. Porém, em casos mais graves de queda do estado geral ou febre, é importante ir para o pronto-socorro", alerta Alexandre.
Pielonefrite e os riscos de uma infecção urinária não tratada
Nos casos de agravamento, a infecção urinária pode evoluir para outras condições mais graves e que podem prejudicar os rins de maneira irreversível. Uma delas é a pielonefrite, infecção causada pela bactéria Escherichia Coli. No Brasil, são mais de 150 mil casos anuais da doença. Ela ocorre quando a infecção inicial se alastra por todo o trato urinário, como o parênquima renal, onde estão localizadas as estruturas que produzem a urina, e o bacinete, porção dilatada do rim, que é responsável pela facilitação da passagem da urina pelo ureter.
"Podemos identificar a pielonefrite a partir de alguns sintomas característicos, como dor nas regiões lombar, pélvica, costas, abdômen e para urinar, além de pus e sangue na urina. A doença pode ser aguda, geralmente tratada com antibióticos. A crônica acontece em casos de conjunção de fatores, como diabetes e hipertensão, ou crises agudas que não foram bem tratadas. No entanto, esses casos, que em situações extremas podem levar a uma perda irreversível dos rins, são bem incomuns", explica Alexandre.
O diagnóstico é realizado por meio de exames de imagem como tomografia computadorizada, ultrassom, ressonância magnética, exames de sangue e urina. O médico que desconfia da pielonefrite, antes de indicar uma investigação mais completa, pode tentar identificar a doença a partir de leves pancadas na região dos rins. Em caso de dor, o paciente segue para uma pesquisa mais apurada, já que é sinal de inflamação nos rins.
Principal responsável pela pielonefrite, a Escherichia Coli é uma bactéria comum no sistema digestivo, que por diversos fatores, como diabetes, obstruções no trato urinário (pedra nos rins, malformações e gravidez), acaba descendo pela uretra e sobe pelos ureteres, alcançando os rins e provocando uma infecção.
"Assim como na infecção urinária, a pielonefrite também afeta mais as mulheres, já que a uretra feminina é menor que a dos homens, aproximando o intestino dos rins. Contudo, os homens também podem desenvolver a doença, seja por fatores anatômicos ou por terem alguma obstrução renal, como uma pedra no rim (mais comum em homens), ou por enfermidades como diabetes", afirma a nefrologista do Hospital Santa Catarina - Paulista, Maristela Carvalho da Costa.
O processo de tratamento é feito com antibióticos, que vão eliminar a infecção causadora da pielonefrite, e analgésicos para alívio das dores. Em casos raros, é necessária a intervenção cirúrgica, especialmente em pacientes que sofrem com graves obstruções ou com anormalidades, que facilitam o desenvolvimento da doença.
"Sempre buscamos entender a causa para a infecção e os fatores de risco que a pessoa possui para alinharmos com o paciente a melhor maneira de realizarmos o tratamento e a prevenção para a pielonefrite. Pacientes que já tiveram a doença precisam ir com mais frequência ao médico especialista e ficar mais atento a dores na região dos rins, para evitar uma piora no quadro", diz a nefrologista.
Ações simples podem auxiliar na prevenção dessa doença: beber bastante água, urinar frequentemente, higiene pessoal adequada e evitar produtos que irritem a área genital. Pacientes grávidas precisam ficar bem mais atentas aos sintomas, já que a gravidez é um dos fatores de risco mais prevalentes.
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