imagem de colhe e garfo sobre porção de açúcar

O risco indireto: açúcar, obesidade e câncer

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A glicose, também conhecida como açúcar, é o combustível mais importante para o corpo, fornecendo a energia necessária para as funções vitais, desde o movimento até os batimentos cardíacos. No entanto, a manutenção adequada dos níveis de glicose no sangue é crucial para evitar sérios problemas de saúde, conforme explica o médico nutrólogo Ronan Araujo.

Por anos, especulou-se que o açúcar poderia alimentar o câncer devido à possibilidade de a glicose servir como "combustível" para os tumores: "Essa crença levou muitos pacientes em tratamento a abandonarem o consumo de açúcar, buscando privar as células cancerígenas de alimento. No entanto, as evidências científicas nos mostram uma visão mais clara sobre o tema", explica o nutrólogo. 
 
Ronan Araujo destaca que as evidências apontam que o açúcar não causa câncer por si só: "Não existem estudos que comprovem cientificamente uma relação direta entre o consumo moderado de açúcar e o aumento da incidência do câncer ou a piora do prognóstico dos pacientes. É importante ressaltar que a ideia de 'matar o tumor de fome' cortando o consumo de bebidas e alimentos que produzem glicose no organismo na tentativa de alcançar a cura é infundada e não é sustentada por pesquisas confiáveis".

O risco indireto: açúcar, obesidade e câncer

colheres com três tipos de açúcar

Refinado, cristal, demerara, mascavo... : não importa o tipo de açúcar, açúcar é açúcar

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Ronan Araujo destaca que o grande problema do consumo excessivo de alimentos e bebidas açucaradas está na possibilidade de causar câncer indiretamente, uma vez que aumenta a predisposição à obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.

"A obesidade, em particular, está relacionada ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como o de mama, tumores gastrointestinais, pâncreas, intestino, estômago e alguns ginecológicos. Isso ocorre porque a obesidade promove a inflamação crônica, um ambiente favorável ao surgimento do câncer", alerta o médico. 

Benefícios de reduzir o consumo de açúcar

Ronan Araujo enfatiza que, além dos riscos associados ao consumo excessivo de açúcar, reduzir seu consumo pode trazer benefícios significativos à saúde:
  1. Controle do peso: O açúcar adicionado é uma fonte concentrada de calorias vazias, o que significa que oferece calorias sem valor nutricional significativo. Ao reduzir o açúcar da dieta, é mais fácil controlar a ingestão calórica, o que pode ajudar na perda de peso e na prevenção do ganho de peso excessivo.
  2. Controle dos níveis de glicose no sangue: O consumo excessivo de açúcar está diretamente relacionado ao aumento dos níveis de glicose no sangue. Reduzir o açúcar pode ajudar a estabilizar os níveis de açúcar no sangue e reduzir o risco de desenvolver resistência à insulina e diabetes tipo 
  3. Saúde cardiovascular: O consumo excessivo de açúcar pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como doença cardíaca e derrames. Ao remover o açúcar da dieta, especialmente o açúcar adicionado, é possível reduzir a inflamação e melhorar a saúde do coração.
  4. Diminuir o risco de doenças inflamatórias: O açúcar é um alimento inflamatório associado a doenças cardiovasculares, dislipidemia, artrite e até câncer. Reduzir o açúcar melhora a produção de hormônios que combatem a inflamação.
  5. Sentir mais disposição e energia: O consumo excessivo de açúcar pode levar a picos e quedas de energia, o que pode resultar em fadiga e falta de disposição. Ao eliminar o açúcar da dieta, é possível manter níveis de energia mais estáveis ao longo do dia.
  6. Melhorar a saúde intestinal: O açúcar alimenta as bactérias ruins do intestino, desequilibrando a microbiota e levando a problemas digestivos.

Três padrões de alimentação para regular o açúcar no sangue

médico nutrólogo Dr. Ronan Araujo

Médico nutrólogo Ronan Araujo destaca que o grande problema do consumo excessivo de alimentos e bebidas açucaradas está na possibilidade de causar câncer indiretamente

Arquivo Pessoal
Para regular o nível de açúcar no sangue, o nutrólogo lembra que é importante adotar um padrão de alimentação saudável: 
  1. Consumir frutas e verduras: Frutas e verduras são pilares essenciais de uma dieta saudável. Além de fornecerem uma ampla gama de nutrientes vitais, como vitaminas, minerais e antioxidantes, elas são ricas em fibras, que desempenham um papel crucial na regulação dos níveis de glicose no sangue.
  2. Eliminar alimentos concentrados com açúcar: Alimentos concentrados com açúcar, como produtos processados e bebidas açucaradas, são uma fonte significativa do consumo exagerado de açúcar em nossas dietas modernas. Ao optar por reduzi-los, podemos evitar picos indesejados de glicose no sangue e seus efeitos negativos no corpo.
  3. Reduzir gorduras saturadas: As gorduras são nutrientes essenciais para o organismo, mas nem todas são igualmente benéficas para a saúde. As gorduras saturadas, presentes em alimentos de origem animal e alguns produtos processados, estão associadas a um maior risco de doenças cardiovasculares e outras condições de saúde. 
Com uma alimentação equilibrada, Ronan Araujo destaca que é possível desfrutar de uma vida mais saudável e cheia de energia. Consultar um profissional de saúde, pode fornecer orientações personalizadas para alcançar uma dieta adequada às necessidades individuais: "Lembre-se sempre de que o equilíbrio é a chave para uma vida saudável, e a adoção de hábitos alimentares conscientes é um passo importante na busca por uma saúde plena e duradoura”.