O desenrolar da vida é feito cálculo matemático: com o passar dos anos, aumentam os dígitos da idade e do peso na balança. Se quando um bebê nasce, os gramas a mais, mês a mês, validam o crescimento saudável, na vida adulta é a manutenção do peso que revela a estabilidade da rotina alimentar – um dos itens fundamentais para a saúde.



Equilíbrio alcançado por meio de um aliado que vem para somar: o exercício físico. Isso porque quando o consumo calórico é maior que o gasto energético, a conta não fecha e o resultado é o ganho de peso. 

Por isso, vale seguir uma equação resolvida de forma simples pela nutricionista e professora do Puravida Prime, Adriana Fanaro: “Tratar a causa que está fazendo gastar menos e comer mais é a forma mais eficiente para conseguir emagrecer".  

Matematicamente falando 

Se nas ciências exatas, “menos com menos é mais”, numa referência à regra dos sinais, na vida real, menos com menos é menos.  

A lógica de comer menos e gastar menos não tem saldo positivo no peso corporal. Pelo contrário, segundo Adriana, a tendência é que o corte na alimentação e a falta de atividade física tenham um reflexo ainda mais negativo no organismo.  

“Se consigo comer menos e gastar menos ainda, o metabolismo fica cada vez menos responsivo. Ou seja, ele responde cada vez menos aos estímulos. Você tem que fazer justamente o contrário”, orienta a professora.  

A explicação está ligada à diminuição do ritmo do metabolismo que é impactada pelo envelhecimento, demandando disciplina para a manutenção de uma rotina saudável. 

Leia:  Comer menos e em horários regulares é receita para viver mais .

Desafio mais é mais  

Adriana Fanaro lança um convite: “Proponho fazer o seguinte exercício: comer mais e gastar mais ainda”.  A máxima serve para alimentos potenciais para otimizar os resultados dos treinos, como proteína, carboidratos integrais e fontes de lipídio.





Para aderir à mudança de mentalidade – e de cardápio – é essencial buscar um profissional qualificado, a fim de pensar numa estratégia individualizada que atenda às suas demandas.  

Leia: Mais frio, mais carboidratos, mais intensidade nos treinos.
 
Dadas as especificidades da sua rotina, o próximo passo é incorporar tanto os alimentos quanto os exercícios ao cotidiano de maneira a mantê-los a longo prazo na sua agenda até que vire um estilo de vida.  

Antes disso, Adriana reforça a necessidade de mudar o mindset. Mentes acostumadas ao sistema de autocompensação precisam sair do looping causado pelas exceções ao cardápio, por exemplo. Uma refeição fora da dieta não precisa se tornar uma punição no dia seguinte. Pelo contrário, a ideia é viver o novo estilo de vida com leveza. 

“Se hoje me trato com amor porque sei que vai ter uma festa, está tudo certo. É hoje que isso (a refeição não planejada) vai ocorrer, amanhã é amanhã. Amanhã vivo a vida normalmente”, pondera a nutricionista.




Mudar é preciso  

E não é fácil.  A explicação para a resistência inicial é a passagem pelos cinco estágios da mudança – que, de acordo com Adriana, precisam ser sequenciais.  

O modelo transteórico inclui as seguintes etapas:  
  1. Pré-contemplação: fase em que se nega o problema, reforçando a ideia de que “sou assim mesmo”. Nesse estágio, a busca pela mudança parte de estímulos externos, como o incentivo de amigos ou familiares.  
  2. Contemplação: momento em que a vontade de mudar é negociada com a sensação de medo e insegurança. Aqui, entra a análise entre vantagens e desvantagens da mudança.  
  3. Preparação: depois de tomada a decisão, nesse estágio se desenrola o planejamento estratégico que regerá a mudança. A recomendação é tornar pública a intenção de mudar, a fim de que isso se torne um estímulo extra.  
  4. Ação: a hora da mudança! A intenção passa para a ação e começa a parte do plano que demanda dedicação, auto observação e autoavaliação para eventuais ajustes no planejamento inicial. 
  5. Manutenção: a mais desafiadora das fases, exige constância e determinação. Para manter o foco, o ideal é manter em mente os ganhos conquistados até então e não exagerar na autocobrança. Vale lembrar: um passo por vez, passo a passo, em direção à vida que se quer.  
Adriana Fanaro destaca que chegar ao último estágio e permanecer nele pode soar desafiador, mas manter os benefícios da mudança de estilo de vida em mente é a forma de permanecer na vida saudável.  

Emagrecer não tem de ser sinônimo de sofrimento  

Para isso, é preciso estar atento à relação matemática básica quando o assunto é ganho ou perda de peso: quem come mais precisa gastar mais.  

Mas, atenção: "comer menos e gastar menos é uma cilada com danos ao metabolismo", enfatiza a professora.  

"A conta é simples e pode demandar mudanças de hábitos. Conhecer as cinco etapas da transformação é uma forma de racionalizar o processo, mantendo consciência sobre os próprios pensamentos durante cada estágio", avisa a nutricionista. 

"Ao alcançar a mudança, o foco deve permanecer nas vantagens conquistadas na nova vida – na qual os dígitos na balança serão apenas um detalhe perto das funcionalidades de um corpo ativo e bem nutrido", recomenda Adriana Fanaro.

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