Mães e seus bebês influenciadores digitais são um fenômeno bastante particular na contemporaneidade. Informações, consultorias, produtos e a promessa de uma maternidade “mais fácil” se transformaram em um nicho de mercado tão lucrativo que, segundo o site especializado Influencer Marketing Hub (IMH), movimentou no ano passado cerca de 17 bilhões de dólares, um crescimento de 19% em relação a 2021.





Com o objetivo de entender como as redes sociais afetam a experiência de construção da maternidade na atualidade, a psicóloga Bruna Monteiro Hallak desenvolveu o estudo, orientado pela profª. drª. Cristina Moreira Marcos, do Programa de Pós-graduação em Psicologia, que teve a psicanálise como referencial teórico-prático e analisou entrevistas qualitativas com 10 mães de crianças de até cinco anos consumidoras de conteúdo sobre maternidade nas redes sociais.

Para Hallak, ao tomarem a experiência de outras mães como seu “ideal do eu”, os efeitos colhidos pelas mulheres têm sido a culpa, a frustração, a comparação e a angústia, ao se depararem com ideais de perfeição, traduzidos pela inflação do imaginário nas redes sociais.

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Busca pelo conhecimento dos pares e não dos especialistas


Outro ponto levantado pelo estudo é a busca pelo conhecimento transmitido por pares e não por especialistas ou pelo saber geracional – aquele transmitido entre as mulheres da própria família.



E, segundo a autora, embora sejam um ambiente que propiciam as críticas e julgamentos, as redes sociais promovem espaços de ajuda mútua, facilitando o encontro entre essas mulheres e proporcionando sentimentos de pertencimento e acolhida.

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A pesquisa também aborda qual o tipo do laço social construído em ambientes virtuais que discutem temas incômodos e que são considerados tabus, como a romantização da maternidade, a posição idealizada das mães na cultura e o arrependimento materno.

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