Nesta terça-feira (15/8), comemora-se o Dia da Gestante. A data é dedicada à conscietização de cuidados, exames e vacinas fundamentais para preservar a saúde da mãe e do bebê. Avanços genéticos e exames de imagem de ponta permitem rastrear alterações, prever doenças e tratar o feto antes mesmo do nascimento. Do sonho de ser mãe até o parto e os primeiros meses de vida da criança, as mulheres trilham uma verdadeira jornada na área da saúde.
Além dos testes tradicionalmente realizados durante o pré-natal, existe hoje a possibilidade de realizar inúmeros exames genéticos, de fertilidade e outros avançados de imagem, que objetivam assegurar um desfecho feliz para a gestante e o bebê. Além de vacinas, acompanhamento físico e psicológico, mobilização de uma boa rede de apoio e gestão de um imenso universo de consumo que gira em torno da maternidade.
Essa jornada, que muda completamente a vida da mulher, começa muito antes da gravidez, quando ela ainda é um projeto. Seja por métodos naturais ou não, como fertilização in vitro (FIV) ou até adoção, existe uma enorme gama de exames que podem e devem ser realizados para preservar a saúde da criança.
De acordo com Fernanda Soardi, assessora técnica em Genética e Genômica do Laboratório Lustosa, o médico geneticista fornece aconselhamento genético e direcionamento para outros exames e profissionais, se necessário, com base neste resultado. “Mulheres com histórico pessoal que levante suspeita para condições genéticas ou que apresentem abortos recorrentes, podem realizar exames para alterações específicas, como genotipagem do gene KIR, entre outros”, explica.
FERTILIZAÇÃO IN VITRO
Quando o casal, mesmo com tantas tentativas, não consegue engravidar, a lista de exames se torna ainda maior. No caso de fertilização in vitro, são normalmente solicitadas análise seminal, dosagens hormonais para avaliar reserva ovariana, sorologias, ultrassom, histeroscopia e até histerossalpingografia, para avaliar a cavidade uterina. “Antes de iniciar o ciclo de FIV, é preciso fazer uma avaliação muito criteriosa para saber se a mulher está pronta”, ressalta Juliana Barroso Guedes, gerente médica de Diagnóstico por Imagem do São Marcos - Saúde e Medicina Diagnóstica.
MEDICINA FETAL
Confirmada a gravidez, começa outra etapa dessa jornada: a gestação. É um momento de alegria, descobertas e ansiedade para a família que se prepara para receber o bebê. Esse período deve ser especialmente acompanhado, focando nas consultas de pré-natal e nos exames pertinentes à gestação. “Com o aprimoramento da ultrassonografia, podemos conhecer aspectos do desenvolvimento do feto que antes passavam despercebidos. Sendo assim, muitas complicações da gestação puderam ser melhor compreendidas e novas abordagens diagnósticas e terapêuticas foram descobertas”, pontua Juliana.
Segundo a médica, esse desenvolvimento levou à criação de uma especialidade em obstetrícia ou medicina fetal. “Dedicada ao acompanhamento do bebê e ligada à evolução da ultrassonografia, essa especialidade médica vê o feto como paciente e, ao longo dos anos, vem desenvolvendo tecnologias voltadas ao diagnóstico e tratamentos intrauterinos”, afirma.
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Apesar da baixa ocorrência de malformações na população em geral (entre 2% e 3%), Juliana destaca que a avaliação ultrassonográfica sequencial na gestação pode auxiliar no acompanhamento e na tranquilização da gestante e da família. São realizados vários exames ultrassonográficos durante o pré-natal, entre eles: ultrassonografia de 1º trimestre, ultrasonografía obstétrica de 1º e 2º trimestres, ultrassonografia obstétrica com dopplervelocimetria, perfil biofísico fetal e ultrassonografias morfológicas.
“Todos esses exames de imagem são essenciais. As ultrassonografias morfológicas, por exemplo, baseiam-se na mensuração da chamada translucência nucal (TN), que permite rastrear alterações cromossômicas, doenças gênicas e/ou cardiopatias congênitas no feto. O teste detecta, por exemplo, 80% dos casos de síndrome de Down”, complementa.
A especialista cita ainda outro procedimento, realizado no São Marcos, a ecocardiografia fetal tridimensional. “É um exame fundamental durante o pré-natal, para gestante com gravidez de risco ou histórico de cardiopatias congênitas na família. Por meio dele, é possível detectar problemas no bebê antes mesmo do nascimento, o que contribui para cuidar ainda melhor de sua saúde, mesmo durante a gestação”, argumenta.
RISCO GESTACIONAL
Ainda dentro da jornada da maternidade, outros exames clínicos e laboratoriais são essenciais para avaliação do risco gestacional para o binômio mãe-feto, como o diagnóstico de doenças intercorrentes como anemia e infecções; a identificação de possíveis malformações fetais; avaliação de risco de prematuridade e complicações perinatais; a prevenção de complicações neonatais (por exemplo, doença hemolítica perinatal); e a triagem e diagnóstico de complicações da gravidez, como pré-eclâmpsia, trombose e diabetes. Entre eles, estão o hemograma, para triagem da anemia, a glicemia (diabetes gestacional), a sorologia IgM e IgG (toxoplasmose e rubéola), e o HBsAg (hepatite B).
VACINAS
Ter uma gravidez tranquila e ver o filho nascer com saúde é o que toda mãe quer.Para isso, outra recomendação importante é a vacinação. “A imunização é uma das intervenções de saúde mais importantes para salvar vidas, especialmente de crianças e das mamães. A vacinação é uma questão de proteção própria e de toda comunidade”, destaca Marisa Aparecida, técnica de vacinas do São Marcos.
Segundo Marisa, as vacinas previnem doenças causadas por diversos tipos de vírus e bactérias. A proteção começa com a gestante, com as vacinas tríplice bacteriana acelular (difteria, tétano e coqueluche, a partir da 20ª semana), hepatite B e gripe influenza (tetravalente). Há também vacinas combinadas com proteção a mais para os pequenos, conjugadas, e que têm a tendência de apresentar menos reação, como as vacinas hexavalente e pentavalente.
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