Levar o bebê ao oftalmologista? Sim, a visita ao médico especializado em olhos deve ser incluída na agenda de consultas anuais dos pequenos, assim como as vacinas e outros cuidados com a saúde. O motivo é simples: condições visuais como miopia, estrabismo, cataratas congênitas e até doenças como câncer nos olhos, podem ser detectadas desde cedo, o que facilita o tratamento.



Segundo a oftalmopediatra Adriana Fecarotta, um oftalmologista especializado em bebês é o profissional mais indicado para adotar os melhores parâmetros para avaliar a visão e os olhos dos pequenos. "É muito comum que os pais esperem iniciar a vida escolar para levar seus filhos ao oftalmologista ou quando há algum sinal atípico. Mas esse cuidado deve começar muito antes, como prevenção, o que contribui para evitar o diagnóstico tardio de doenças".

A especialista ressalta que os olhos dos bebês já são analisados desde as primeiras horas do nascimento, com testes para conferir se a visão está saudável. Um deles é o Teste do Olhinho, feito para avaliar se a luz está passando corretamente pela retina e enviando informações para o cérebro.

"O primeiro ano de vida do bebê precisa ter um acompanhamento oftalmológico mais cuidadoso, pois os olhos têm um desenvolvimento mais intenso nos primeiros meses após o nascimento. Nos primeiros seis meses, o médico consegue identificar se há má formação ou dificuldades no desenvolvimento da visão", conta.



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Os oftalmologistas buscam identificar nos recém-nascidos e bebês nos primeiros meses de vida se os olhos acompanham movimentos, objetos e luzes, se há reflexo branco nos olhos quando se tira foto com flash, se ocorrem movimentos irregulares dos olhos, além de sinais de estrabismo a partir dos três meses de idade.

A médica destaca que a importância de levar o bebê ao oftalmologista está no fato de que eles ainda não sabem se comunicar e dizer se tem algo acontecendo. "Os exames realizados pelos médicos oftalmologistas devem ser completos, incluindo motilidade ocular, acuidade visual, biomicroscopia, refração sob cicloplegia (grau feito com dilatação das pupilas), além de fundoscopia, no qual se observa a retina e as estruturas internas do olho".

Óculos para bebês

As consultas feitas com regularidade permitem detectar doenças na visão ou até mesmo se o bebê tem a necessidade de usar óculos. Na internet, vídeos que mostram a reação deles ao enxergar claramente após colocar os óculos mostram os benefícios que as lentes corretivas trazem.



Segundo Adriana, se há a suspeita de que o bebê tem miopia, hipermetropia ou astigmatismo, é preciso observar se ele tem dificuldade em reconhecer rostos ou em pegar objetos próximos. "São sinais que podem ser percebidos rapidamente pelos adultos. Se o grau não for corrigido precocemente, o risco de os olhos não desenvolverem uma visão saudável é grande. Quando o problema é apenas em um deles, precisa ser estimulado para voltar a enxergar normalmente, senão acaba também gerando dificuldades lá na frente".

Novas tecnologias também vêm surgindo e contribuindo para que o problema seja minimizado. Um deles é uma lente voltada para a desaceleração da progressão da miopia em crianças, a Essilor Stellest, que atua na correção da miopia e impede que os olhos se alonguem mais rápido do que deveriam. "Esse alongamento, que acontece em crianças míopes, é o responsável pela piora da condição", explica a médica.

"A preocupação é grande, pois essas crianças estão iniciando cada vez mais cedo a miopia e isso está acontecendo pelo excesso de exposição às telas e falta de atividades ao ar livre, numa idade tão precoce, quando os olhos ainda estão em desenvolvimento. Muito importante essa consulta ainda bebê para alertar os pais e orientar um melhor controle ambiental, a fim de prevenir complicações futuras da alta miopia", alerta Adriana Fecarotta.

As lentes dos óculos para bebês são feitas com um material especial, assim como a própria armação, adaptada para que não caia do rosto. "É importante que tanto a armação quanto a lente sejam de qualidade para não causar incômodos, alergias e nem impedir o bebê de brincar", aponta.

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