Estimular colágeno serve somente para a pele ficar mais durinha? É possível que você já tenha visto algum médico falando sobre a importância da síntese de colágeno para deixar a pele mais firme. No entanto, para combater a flacidez e outros sinais do envelhecimento com resultados naturais, o protocolo de estruturação facial, uma combinação de técnicas para promover sustentação dos tecidos, também é necessário.
"A pele perde sustentação com o processo de envelhecimento - para fazer uma analogia, é como se houvesse um derretimento das estruturas. Com as técnicas de sustentação dos tecidos, conseguimos restabelecer uma aparência mais jovem de forma natural e sempre respeitando a anatomia do paciente, com melhores resultados na firmeza. Hoje, os pacientes que buscam tratamentos médicos de beleza priorizam majoritariamente um resultado clean, suave, para melhorar a qualidade da pele, com tratamentos de sustentação e prevenção, mas nada de intervenções exageradas, principalmente com preenchimentos que mudem a anatomia. Eles querem elegância e sofisticação também no rosto", destaca a médica especialista em cosmetologia pelo Instituto BWS, Cláudia Merlo.
A especialista explica que, de forma geral, é fundamental que o médico associe técnicas injetáveis e tecnologias, pois os resultados serão complementares. "Dessa forma, entregamos tratamentos em que a pele do paciente responde de maneira fisiológica ao estímulo de colágeno", diz.
Dois clássicos para estruturação facial são os bioestimuladores injetáveis e tecnológicos. Mas por que associá-los? "Usamos tecnologias e injetáveis no rejuvenescimento facial para que a pele responda de maneira fisiológica ao estímulo de colágeno, que pode ser químico (no caso de bioestimuladores injetáveis) ou físico (no caso de tecnologias). Ao somar esses dois estímulos, temos resultados complementares. O bioestimulador é uma substância aplicada na pele para promover uma inflamação controlada, a fim de estimular as células formadoras de colágeno (fibroblastos) a produzirem colágeno, por volta de 18 meses. Com o estímulo de colágeno, a pele fica mais elástica e firme. No caso do efeito físico, temos o laser e o ultrassom microfocado, que também podem ser combinados no tratamento. Nesse caso, o aquecimento dos tecidos é que vai estimular a produção de colágeno", explica a médica. É possível fazer o ultrassom microfocado após o procedimento com bioestimulador ou, dependendo da indicação do paciente, a aplicação do laser Fotona no mesmo dia para ajudar a estimular colágeno, recomenda Cláudia.
Outra vantagem do ultrassom microfocado é que ele pode agir mais profundamente, no músculo, o que provoca o skin tightening. "Chamamos de skin tightening aquele aperto que ocorre entre as camadas de pele e músculo. É como se fosse uma cola entre essas camadas, que ficam mais aderidas, juntinhas, umas das outras, melhorando o aspecto de firmeza facial", diz a médica.
Nesse sentido, outra técnica que pode ser usada para melhorar a sustentação é o laser intraoral. "A tecnologia exclusiva Inside-Out do laser Fotona fornece calor dentro da mucosa oral para ajudar a elevar e sustentar a musculatura da pele. Existem vários benefícios como o fortalecimento dos músculos que sustentam o lábio superior, melhora do bigode chinês, da flacidez de canto de lábio e da flacidez do lábio superior. Além disso, é um tratamento que complementa a ação de sustentação do ultrassom microfocado. Ele atua no SMAS (sistema aponeurótico muscular superficial) e, como há uma retração forte de tecido, ele também ajuda a 'colar' essa ligação entre os músculos e a pele", diz a médica.
"Também há estímulo da produção de colágeno, melhora do contorno facial e, também, do ângulo das regiões malares, de forma natural", complementa. O laser intraoral é um tratamento rápido, dura cerca de cinco minutos. "Os resultados de estímulo de colágeno são progressivos e a pele continua a apresentar melhorias até seis meses após a última sessão."
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A toxina botulínica não poderia ficar de fora. Mas, além dos pontos na testa e área dos olhos, a médica recomenda a aplicação também no pescoço. "Muitas pessoas só querem tratar o rosto, mas esquecem que o músculo do platisma, no pescoço, pode ajudar a acelerar o envelhecimento e essa sensação de derretimento. Para evitar esse tipo de situação, os tratamentos faciais devem ser estendidos ao pescoço", esclarece.
A toxina botulínica atua no relaxamento muscular, com isso o músculo deixa de fazer movimentos de contração repetitivos. "Há muito benefício para o pescoço, afinal essa é uma pele fina e delicada, que também forma rugas e linhas com facilidade. Mas não é só isso. A toxina botulínica aplicada no pescoço também ajuda a melhorar a sustentação facial, combatendo o aspecto de derretimento no rosto", argumenta a profissional.
É possível também fazer preenchimentos, mas quando há indicação precisa para isso. O preenchimento, segundo ela, deve ser usado para restaurar o volume perdido, não para fazer "levantamento de peso" e nem para camuflar sinais de envelhecimento gravitacional. "Existem novidades no mercado, como o injetável PDRN, que é aplicado para melhorar a qualidade da pele, agindo na primeira camada. Tudo pode ser feito de acordo com a necessidade do paciente", aponta a médica.