A adenomiose é uma doença benigna do útero em que o tecido que reveste a parte interna (endométrio) está presente na parede do órgão (miométrio), formando ilhotas de endométrio em meio ao miométrio tornando o útero maior, com forma irregular e bastante inflamado. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada dez mulheres tem a doença e grande parte delas precisa retirar o útero. Mas, através da chamada ablação por radiofrequência é possível preservar o órgão e aliviar os sintomas da doença.
"De forma transvaginal, guiada pelo ultrassom, encontramos essas lesões e a agulha é alocada na área das lesões e, ao comando de um pedal controlado pela cirurgiã, libera uma energia de radiofrequência gerando um calor no local, destruindo a lesão e preservando o útero saudável. Esta técnica minimamente invasiva não utiliza cortes, não deixa cicatrizes, possui baixo risco de complicações e ainda melhora os sintomas da doença que são principalmente a cólica menstrual intensa, o sangramento uterino anormal e questões relacionadas a fertilidade", explica a médica.
Geralmente a adenomiose é uma doença que afeta mulheres com idade entre 40 e 50 anos, mas também tem se apresentado em mulheres mais novas. Em 2021, segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 11.463 procedimentos ambulatoriais e 3.791 procedimentos hospitalares relacionados ao diagnóstico da adenomiose.
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"A ablação por radiofrequência é uma das opções terapêuticas para a adenomiose e para quem deseja preservar o útero. Já existem alguns estudos mostrando bons resultados quanto a gestações em pacientes antes inférteis após a ablação por radiofrequência para adenomiose, além de ser um procedimento rápido e com uma recuperação tranquila. Geralmente as pacientes podem voltar ao trabalho em poucos dias e a praticar exercícios físicos em uma semana", acrescenta a médica.
O artigo Pregnancy and symptomatic relief following ultrasound-guided transvaginal radiofrequency ablation in patients with adenomyosis apontou uma taxa de sucesso de gravidez de 50% após a ablação por radiofrequência guiada por ultrassom. O estudo avaliou um grupo com 81 pacientes, sendo que 74 mulheres desse grupo eram inférteis antes do procedimento.
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