Tubo com teste positivo para o coronavírus

A nova cepa já foi identificada em 51 países, tem mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune

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O surgimento de uma nova subvariante da Ômicron acendeu um alerta nas autoridades de saúde para uma nova onda de casos de COVID-19. O Ministério da Saúde afirmou nesta quinta-feira (17/08), que a vacinação é a principal medida de combate à doença. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu nota técnica com diversas recomendações, entre elas a volta do uso de máscaras para grupos de risco em locais fechados.

 

 


A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte informa que não há registro de aumento de internação por COVID-19 ou outras doenças respiratórias na capital. Porém, ressalta que segue monitorando o cenário epidemiológico na cidade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu comunicado na semana passada, considerando a EG.5 (Éris) como variante de interesse (VOI). A nova cepa já foi identificada em 51 países, tem mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune. Isso faz a nova variante capaz de aumentar o número de casos no mundo e se tornar a cepa predominante, substituindo a XBB.1.16, atualmente predominante na maior parte dos países.

Apesar destas características, a OMS classificou a Éris como de baixo risco para a saúde pública global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença -  hospitalização e mortes - comparada à XBB.1.16 e outras variantes de interesse.

Volta das medidas de prevenção  

Apesar da classificação de baixo risco feita pela OMS, o Ministério da Saúde diz que está atento às informações sobre novas subvariantes e mantém contato permanente com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a OMS sobre o cenário internacional.
 
A Pasta recomenda a vacinação como principal medida de combate à COVID-19, com atualização das doses de reforço para prevenção da doença. O ministério lembra que desde que a OMS retirou o estado de emergência, em maio deste ano, ainda se mantém a recomendação para que os grupos de maior risco de agravamento pela doença continuem a seguir as medidas de prevenção. 

Elas incluem o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou aglomerações, além do isolamento de pacientes infectados com o vírus. A recomendação também vale para pessoas com sintomas gripais.

Além disso, o Ministério da Saúde informa que está disponível em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir para ser usado no tratamento da infecção pelo vírus logo que os sintomas aparecerem e houver confirmação de teste positivo.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) lembra que a nova subvariante ainda não foi identificada no Brasil, porém é possível que já possa estar circulando no país de forma silenciosa, devido ao baixo índice de testagem no Brasil. 

Apesar disto, a entidade afirma que não houve modificação no cenário de casos notificados de COVID-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil neste momento. Por isso, não haveria a necessidade de mudança das recomendações vigentes. 

"Devemos estar atentos à possibilidade de uma nova onda de casos ocorrendo nas próximas semanas, com baixo potencial de casos graves, baseado no cenário epidemiológico nos países onde ela já circula", diz um trecho da nota. 

A SBI recomenda que as autoridades de saúde federal, estadual e municipal adotem medidas para aumentar a coleta de testes diagnósticos e a vigilância dos casos de COVI-19 para detecção precoce de mudanças no cenário epidemiológico.

Além disso, a entidade recomenda ainda: 

  • Manter o calendário vacinal atualizado com as doses de reforço recomendadas. Todas as pessoas com seis meses de idade ou mais devem tomar pelo menos três doses de vacina. Grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) devem ter doses de reforço com não mais de 1 ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente. 
  • Uso de máscaras para população de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil.
  • Testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de COVID-19, com isolamento dos casos positivos.
  • No âmbito do SUS, iniciar tratamento dentro dos cinco primeiros dias de sintomas com Nirmatrelvir/ritonavir (NMV/r) disponível na rede pública de saúde, para pacientes com 65 anos ou mais e imunossuprimidos, a partir de teste positivo para a doença. O objetivo é reduzir risco de agravamento, complicação e morte. Na rede privada, focando a população mais vulnerável para hospitalização e morte, em situações de impossibilidade de uso do NMR/r considerar alternativamente o uso de Molnupiravir ou Rendesevir nos primeiros dias de sintomas.

Monitoramento dos casos em BH

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informa que, com aumento da cobertura vacinal e redução nas taxas de internação hospitalar, os leitos específicos para o tratamento da COVID-19 foram reconvertidos para a retaguarda. Porém, caso seja necessário, os leitos podem ser, imediatamente, destinados para o atendimento da doença. A Secretaria Municipal de Saúde segue monitorando o cenário epidemiológico da capital.

Ainda segundo a PBH, neste momento, conforme o Boletim Epidemiológico, divulgado nessa quarta-feira (16/8), não há registro de aumento de internação por COVID-19 ou outras doenças respiratórias na capital. Porém, de acordo com os dados, as taxas de novos casos da doença por 100 mil habitantes acumulada em 14 dias subiu de 2,7 em 8 de agosto para 4,4 no dia seguinte. Entre os dias 10 e 11, a taxa ficou em 4,2. 

"O município reitera o compromisso com a saúde da população e recomenda o uso de máscaras para pessoas imunossuprimidas ou com sintomas da doença. É importante ressaltar que os centros de saúde estão abastecidos com as doses da vacina contra a COVID-19 para todas as idades. Manter o cartão de vacinação atualizado é uma das formas de combate ao coronavírus. Os endereços dos locais de aplicação podem ser consultados no portal da Prefeitura", lembrou a PBH.