Menino com termômetro na boca

Menino com termômetro na boca

Pixabay

 

Novo Boletim InfoGripe, referente à Semana Epidemiológica de 6 a 12 de agosto, alerta para o crescimento de novos casos semanais e de internações associados ao rinovírus entre crianças de 2 a 4 anos e de 5 a 14 anos de idade no Espírito Santo, Bahia, Paraná e São Paulo, além da capital do Rio Grande do Norte (Natal). “Não há indícios de que pode ser uma retomada da covid-19 nessas faixas etárias, nem do vírus Influenza, mas o rinovírus está com um ligeiro aumento e a gente tem visto aumento nas internações nessas faixas etárias”, analisou o coordenador do InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes.

 

De acordo com o boletim, divulgado na quinta-feira (17) pela Fiocruz, o aumento de casos de rinovírus foi detectado, apesar de o cenário permanecer estável em relação às Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) de modo geral. A análise se baseia em dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 14 deste mês.

 

Marcelo Gomes disse que em relação às crianças menores de 2 anos de idade se vê sinal de aumento de casos ligados ao rinovírus em Roraima e nas capitais Boa Vista e Porto Alegre. Destacou a importância de os estados continuarem os fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-CoV-2 (covid-19) em todo o país.

 

 

 

O boletim indica manutenção de volume expressivo de novos casos semanais de SRAG no Acre, mas com interrupção no aumento. Já no Rio de Janeiro, o cenário no estado e na capital não sugere aumento, apenas pequenas oscilações. Quatro capitais apresentam alta de casos: Belém (PA), Boa Vista (RR), Natal (RN) e Porto Alegre (RS). Houve também ligeiro crescimento na população maior de 65 anos, na capital gaúcha.

Prevalência

De acordo com o boletim, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, foi de vírus sincicial respiratório (25,2%); Sars-CoV-2/Covid-19 (22,3%); influenza A (5%); e influenza B (2,5%). Entre os óbitos registrados a presença desses mesmos vírus entre os resultados positivos foi de Sars-CoV-2/Covid-19 (52,6%); vírus sincicial respiratório (10,5%); influenza A (9,2%); e influenza B (6,6%).


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O boletim revela ainda que no ano epidemiológico 2023, já foram notificados 121.214 casos de SRAG, sendo 47.134 (38,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 59.248 (48,9%) negativos, e pelo menos 8.168 (6,7%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 9,2% são influenza A; 4,9% são influenza B; 40,7% são vírus sincicial respiratório (VSR); e 30,6% são Sars-CoV-2 (covid-19). Nas 4 últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 5% influenza A; 2,5% influenza B; 25,2% vírus sincicial respiratório; e 22,3% Sars-CoV-2 (COVID-19).

 

 

 

O rinovírus é um tipo de vírus altamente contagioso que pode infectar o trato respiratório superior, incluindo o nariz e a garganta, levando a sintomas típicos de um resfriado, como congestão nasal, coriza, espirros, dor de garganta leve e tosse.

Segundo a pneumologista Michelle Andreata, da Saúde no Lar, empresa especializada em home care, esses vírus se propagam principalmente pelo contato direto com gotículas respiratórias de uma pessoa infectada, seja ao tossir, espirrar ou falar. 

“Também podem ser transmitidas tocando superfícies contaminadas pelo vírus e, em seguida, tocando o rosto, especialmente o nariz, boca ou olhos.”

O resfriado causado pelo rinovírus, segundo a médica,  é geralmente uma infecção leve e autolimitada, o que significa que tende a desaparecer por conta própria em alguns dias. “Em certos grupos porém, como crianças pequenas, idosos e pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, as complicações podem ser mais graves.”


Como os sintomas do resfriado causado pelo rinovírus são semelhantes aos de outras infecções virais do trato terapêutico, Michelle pondera ser importante diferenciar entre os diversos agentes infecciosos para um diagnóstico preciso.  “O ideal é consultar um médico especialista. O tratamento concentra-se principalmente em aliviar os sintomas e proporcionar conforto ao paciente durante o período de infecção.”

Entre as medidas a pneumologista cita:

  • Repouso e a hidratação, fundamentais para ajudar o sistema imunológico a combater uma infecção.
  • Medicamentos analgésicos para aliviar a dor, a febre e o desconforto associados ao resfriado.
  • Descongestionantes nasais para melhorar a congestão nasal temporariamente; hidratação nasal.
  • Fazer uso de umidificador de ar para ajudar a manter o ambiente úmido, trazendo, assim, respostas positivas para a garganta seca e tosse.

 

Já a prevenção, segundo Michelle, envolve a adoção de medidas simples de higiene e comportamento para reduzir o risco de exposição e transmissão.

 

“Lavar as mãos regularmente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, especialmente após estar em locais públicos, tocar superfícies compartilhadas ou ter contato com pessoas doentes; usar desinfetante para as mãos à base de álcool quando água e sabão não estiverem disponíveis, mas dê preferência à lavagem com água e sabão sempre que possível; evitar contato próximo com pessoas que estejam doentes; cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel ou com a parte interna do cotovelo, não com as mãos; limpar regularmente superfícies e objetos que são tocados com frequência, como maçanetas, telefones, teclados e corrimãos, com produtos de limpeza desinfetantes; evitar tocar o rosto, especialmente os olhos, nariz e boca, com as mãos não lavadas; manter o distanciamento social para reduzir o risco de exposição; consultar um profissional de saúde para saber quais vacinas são recomendadas para cada caso; manter um estilo de vida saudável com dieta equilibrada, exercícios regulares, sono adequado e gerenciamento do estresse e ficar em casa em caso de sintomas”