Segundo dados do IBGE, de 2019, 78,3% das pessoas de 10 anos ou mais (143,5 milhões) estão conectadas à internet

Segundo dados do IBGE, de 2019, 78,3% das pessoas de 10 anos ou mais (143,5 milhões) estão conectadas à internet

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As mídias sociais têm transformado a maneira como as pessoas se conectam, comunicam e compartilham informações. Segundo dados do IBGE, de 2019, 78,3% das pessoas de 10 anos ou mais (143,5 milhões) estão conectadas à internet. E à medida que a presença online se torna cada vez mais predominante, é necessário explorar o impacto desse uso na saúde mental, com destaque para os crescentes casos de ansiedade e baixa autoestima entre os usuários.


"A constante exposição a múltiplas tarefas, informações e estímulos visuais cria uma sobrecarga cognitiva que pode levar ao aumento da ansiedade. Além disso, o consumo incessante de conteúdo nas redes sociais pode gerar gatilhos emocionais e estresse, impactando a estabilidade emocional do indivíduo", pontua a coordenadora de psicologia da Docway, empresa com foco em soluções de telemedicina, Karen Valéria da Silva.

A especialista destaca ainda a natureza seletiva das mídias sociais, que levo o usuário a comparar sua vida com os destaques das vidas dos outros. "Esse comportamento de comparação pode levar a uma baixa autoestima, pois muitas vezes nos medimos em relação às supostas vidas perfeitas que vemos online", diz. Segundo Karen Valéria, a busca incessante por validação online pode minar a confiança pessoal e gerar sentimentos de desvalorização.

Outro problema recorrente do mal uso das redes sociais é o cyberbullying que, apesar de estar presente em todas as fases da vida, é ainda mais preocupante na infância e adolescência. "A natureza impessoal da comunicação online pode levar as pessoas a agirem de maneiras que não fariam pessoalmente, o que pode resultar em comentários negativos, ataques pessoais e assédio", revela.

 

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Para minimizar esses riscos, algumas estratégias para um uso equilibrado das mídias sociais podem ser adotadas. A especialista elenca seis dicas:

 

Autoconhecimento: reflita sobre como as mídias sociais afetam você emocionalmente e esteja atento aos momentos em que se sente ansioso, triste ou inadequado após o uso. Isso permitirá que você tome medidas proativas para minimizar essas emoções negativas.

 

Conteúdo positivo: selecione cuidadosamente o conteúdo que você consome online. Siga contas que promovam positividade - acima de tudo a positividade realista, e não a idealizada e inalcançável -, bem-estar e inspiração. Reduza o tempo gasto em plataformas que frequentemente desencadeiam sentimentos negativos.

 

Limite de tempo: estabeleça limites de tempo para o uso das mídias sociais. Utilize ferramentas disponíveis em smartphones para rastrear e gerenciar seu tempo de tela. Defina intervalos regulares de desligamento para permitir momentos de desconexão.

 

Diversificação das atividades: equilibre o tempo gasto online com atividades offline significativas. Invista em hobbies, exercícios e interações sociais cara a cara para promover o bem-estar geral.

 

Promoção da empatia: ao interagir online, pratique a empatia e o respeito mútuo. Lembre-se de que, do outro lado da tela, há seres humanos reais com emoções reais.

 

Comunicação aberta: caso seja vítima de cyberbullying ou experiências negativas, fale com alguém de confiança. Não hesite em buscar apoio emocional, seja de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental.