A perda de um ente querido é uma realidade muito dolorosa e lidar com a dor, a tristeza e a saudade não são tarefas fáceis. Nesse momento, surgem muitas emoções: negação, raiva, culpa, frustração... um misto de sentimentos que precisam ser administrados para não tornar o luto uma patologia.
O psiquiatra Alfredo Demétrio alerta que a morte ainda é um tabu para muitas pessoas, "uma vez que está diretamente associada a sentimentos que causam sofrimento como a dor, tristeza e saudade, sensação de vazio, e por esses motivos, preferem não falar sobre o assunto".
Segundo Alfredo Demétrio, o processo de luto pode durar dias, semanas, meses ou até anos: "Como não há prazo determinado é importante exercer a paciência. O luto é um processo natural que permite crescer e evoluir emocionalmente. É uma emoção complexa e profundamente pessoal que todos enfrentaremos em algum momento. É uma dor que, muitas vezes, é difícil para expressar em palavras. Essa tristeza deriva da perda de alguém que amamos ou de algo que valorizamos muito. Algumas pessoas têm dificuldade em lidar com esses sentimentos e precisa de ajuda".
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O luto sem mortes
Alfredo Demétrio destaca que o luto não necessariamente tem a ver com a morte: "Ele pode ser sentido
pelo fim de uma relação amorosa ou de amizade, a perda de um emprego, de um animal de estimação ou mesmo de um sonho que não pode mais ser realizado por alguma razão. Lidar com essas questões, para algumas pessoas, é um processo muito doloroso de luto também".
O psiquiatra explica que no luto a pessoa se sente incapaz de seguir em frente e apresenta sintomas como tristeza profunda, choro intenso, negação da perda, culpa excessiva e isolamento social.
"O luto problemático impacta negativamente no bem-estar emocional do indivíduo. Lidar com a perda de alguém ou de algo pode prejudicar a produtividade e a capacidade de realização na vida de modo geral. Nosso papel é ajudar as pessoas a lidarem com o luto de forma saudável, permitindo que continuem a viver suas vidas de maneira significativa e gratificante”, avisa o psiquiatra.
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