Sistema imune é fundamental para a gestação. Assim, condições que atrapalham o seu funcionamento são consideradas fatores de risco para a pré-eclâmpsia e precisam ser acompanhadas e tratadas durante o pré-natal. Os números relacionados à pré-eclâmpsia são preocupantes. Estima-se que sua incidência no Brasil seja de 1,5% e que a doença responda por 10% a 15% das mortes maternas diretas em todo o mundo, com 99% delas ocorrendo em países de menor renda.
Médica obstetra com mais de 20 anos de experiência profissional, Bruna Pitaluga considera a pré-eclâmpsia a doença mais cruel da gestação: “Resultado de informações metabólicas equivocadas, com alterações de todos os sistemas do corpo humano envolvidos, a pré-eclâmpsia pode ser considerada o oposto da gestação. Se esta é o equilíbrio, aquela é o desequilíbrio completo”.
Bruna Pitaluga explica que o sistema imunológico exerce papel fundamental na gestação. Conforme ela, em conjunto com o sistema endócrino ele fornece informações para que, depois do encontro entre o óvulo e o espermatozoide, o embrião se implante no útero e o corpo da mãe receba o bebê de forma controlada e programada: "Quando o sistema imunológico está desequilibrado, essa resposta acontece de forma errada e a placenta não se implanta adequadamente".
Nesse sentido condições que atrapalham o perfeito funcionamento do sistema imunológico são consideradas fatores de risco para a pré-eclâmpsia e precisam ser acompanhadas e tratadas durante o pré-natal.
Fator de risco
Conforme a obstetra, a idade gestacional e materna avançada, por exemplo, é um fator de risc: “Já é sabido que acima de 40 anos de idade existem alterações relacionadas à produção de hormônios esteroides, à microbiota e ao sistema imunológico".A obesidade e o sobrepeso também podem acarretar a doença, por serem pró-inflamatórios e desequilibrarem o sistema imunológico. Assim como diabetes gestacional ou pré-gestacional e hipertensão crônica, que costumam estar relacionadas a inflamações do corpo.
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"Na prática clínica, inclusive, é muito comum detectarmos a existência de uma hipertensão sobreposta em casos de pré-eclâmpsia", relata a médica obstetra.
Do mesmo modo, conforme Bruna Pitaluga, doenças autoimunes são fatores de risco para pré-eclâmpsia, porque desencadeiam alterações de sinalizações do sistema imunológico.
“A correlação entre doenças autoimunes e a pré-eclâmpsia já foram demonstradas por trabalhos multicêntricos, revisões sistemáticas e meta-análises e pela prática clínica, principalmente entre profissionais que estão acostumados a realizarem acompanhamento pré-natal de alto risco”, afirma a obstetra.
“A correlação entre doenças autoimunes e a pré-eclâmpsia já foram demonstradas por trabalhos multicêntricos, revisões sistemáticas e meta-análises e pela prática clínica, principalmente entre profissionais que estão acostumados a realizarem acompanhamento pré-natal de alto risco”, afirma a obstetra.
Fertilização in vitro é fator desencadente de pré-eclâmpsia
Outro fator desencadeante de pré-eclâmpsia, de acordo com a médica obstetra, é a fertilização in vitro (FIV): “Uma mulher que engravida após uma fertilização assistida não apresenta uma sinalização metabólica igual a quem tem uma gestação 'normal”, fisiológica”, diz a obstetra.
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Bruna Pitaluga explica que não é apenas a técnica que contribui para a pré-eclâmpsia, mas também o perfil de quem se submete a ela. “Normalmente, são pacientes acima dos 40 anos, que, em razão da idade, apresentam doenças metabólica crônicas, como diabetes gestacional e hipertensão”, comenta.
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Bruna Pitaluga explica que não é apenas a técnica que contribui para a pré-eclâmpsia, mas também o perfil de quem se submete a ela. “Normalmente, são pacientes acima dos 40 anos, que, em razão da idade, apresentam doenças metabólica crônicas, como diabetes gestacional e hipertensão”, comenta.
Também podem aumentar o risco de pré-eclâmpsia, segundo a médica obstetra, os seguintes fatores:
- Primiparidade (primeira gestação)
- Doenças renais
- Intervalos de gestação muito curtos ou muito longos
- Casos de pré-eclâmpsia entre parentes de primeiro grau
- Pré-eclâmpsia em gestações anteriores
- Placentas muito grandes
- Restrição de crescimento intrauterino
- Alteração no exame de ultrassom com Doppler
- Alterações de fatores angiogênicos.
Como a doença está atrelada à inflamação do corpo, seu tratamento, de acordo com obstetra, consiste em medidas anti-inflamatórias, como a utilização do fármaco AAS (ácido acetilsalicílico), que atua controlando alguns fatores com ciclo-oxigenase A2 (uma enzima inflamatória).
“Para que melhores resultados com essa terapia sejam alcançados deve ser feita sua prescrição antes de 16 semanas de gestação e na dose de pelo menos 100mg (150mg tem sido avaliado em estudos mais recentes)”, indica Bruna Pitaluga.
“Para que melhores resultados com essa terapia sejam alcançados deve ser feita sua prescrição antes de 16 semanas de gestação e na dose de pelo menos 100mg (150mg tem sido avaliado em estudos mais recentes)”, indica Bruna Pitaluga.
O tratamento
O melhor tratamento, porém, segundo a médica obstetra, continua sendo a prevenção. Assim, Bruna Pitaluga sugere às mulheres que, antes de engravidarem, percam peso, controlem doenças autoimunes, o ciclo circadiano e, principalmente, as deficiências de vitaminas e minerais, como vitamina D e magnésio.
“A saúde da mulher e de seu bebê dependem dessas atitudes”, diz. A médica obstetra ressalta ainda que as gestantes devem buscar sempre o aconselhamento médico antes de adotarem qualquer medida.
“A saúde da mulher e de seu bebê dependem dessas atitudes”, diz. A médica obstetra ressalta ainda que as gestantes devem buscar sempre o aconselhamento médico antes de adotarem qualquer medida.
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