Homem oferece cigarro para uma mulher, que recusa

A cada ano, o tabaco mata oito milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde

Myriams-Fotos/Pixabay


A cada ano, o tabaco mata 8 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). E para não contribuir com este triste índice, muitas pessoas buscam alternativas para abandonar o vício, um grande desafio frente ao estresse da abstinência, o apelo social e outros fatores. Na próxima terça-feira (29) celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo e motivos não faltam. Quem assume esse compromisso, inclusive, colhe benefícios quase imediatos para a saúde. 

  1. Vinte minutos depois de parar de fumar, a frequência cardíaca cai; ou seja, a pressão arterial e a frequência do pulso voltam ao normal;
  2. Depois de duas horas, não há mais nicotina circulando no sangue;
  3. Depois de oito horas, os níveis de monóxido de carbono, presentes no sangue, atingem os valores normais e o nível de oxigênio aumenta;
  4. Em 24 horas, os pulmões passam a funcionar melhor e os brônquios já começam a limpar os resíduos deixados pelo tabaco;
  5. Depois de 48 horas, o olfato já pode sentir melhor os cheiros e o paladar degustar melhor os alimentos;
  6. Entre duas e 12 semanas a pele fica menos oleosa, melhora a circulação sanguínea e a capacidade pulmonar pode aumentar em até 30%;
  7. Entre um e nove meses, a tosse, a falta de ar e a respiração ofegante diminuem;
  8. Depois de um ano, o risco de doenças cardíacas, como o infarto, caem pela metade;
  9. Em cinco anos, os riscos de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto do miocárdio e morte por ataque cardíaco se aproximam ao de uma pessoa que nunca fumou;
  10. Dez anos depois, o risco de sofrer um infarto é semelhante ao de uma pessoa que nunca fumou;
  11. Entre 10 e 15 anos, a expectativa de vida se iguala a de um não fumante;
  12. Depois de 15 anos, o risco de desenvolver câncer de pulmão se iguala ao dos não fumantes. 

Quero parar, o que faço?

De acordo com o médico, o primeiro passo é definir como se deseja passar por este processo: parada imediata, quando se determina uma data e a partir dela não fuma mais nenhum cigarro; ou parada gradual, na qual se estipula a quantidade de cigarros consumidas no dia e diminui dia a dia, até zerar.

"Cada pessoa irá definir como se sente melhor com relação ao abandono do vício e o importante é que se tenha apoio da família e dos amigos”, destaca Ronaldo Macedo. 

O caminho requer determinação e coragem para enfrentar momentos críticos que fazem parte do processo: “Haverá a síndrome de abstinência, que inclui a fissura (vontade intensa de fumar), dor de cabeça, irritabilidade, tonteira, alteração do sono, tosse, indisposição gástrica e outros sintomas que podem variar de pessoa para pessoa. Também é possível que não se tenha nenhum sintoma. Em média, quando se manifestam, os sintomas duram de uma a duas semanas”, diz o médico.
 

Sem ter medo das recaídas

Outro ponto importante é não ter medo de recaídas: “A recaída pode ocorrer, mas não deve ser encarada como um fracasso. Se acontecer, recomece, preste atenção ao motivo que o levou a voltar a fumar e corrija a rota. De modo geral, o fumante tenta abandonar o vício cerca de três ou quatro vezes até conseguir definitivamente. O que importa é se dar várias chances”, recomenda o pneumologista.
 

Atenção às armadilhas

O cigarro não deve ser uma válvula de escape para os momentos de estresse. Situações difíceis fazem parte da vida e fumar não resolve o problema: “Nessas situações, o essencial é se acalmar e analisar a situação de modo prático, agindo na solução”, sugere o médico.

Caso surja uma vontade repentina de fumar, tenha consciência de que ela não dura mais que alguns minutos: Para driblar esses momentos, o médico sugere:
  • Escove os dentes
  • Chupe um gelo
  • Beba água gelada
  • Coma uma fruta ou chupe uma bala
  • Mantenha as mãos ocupadas rabiscando um papel, manuseando um elástico ou qualquer outra coisa que possa tirar o foco da vontade de voltar ao vício
  • Não fique parado, mude o foco e distraia sua atenção 
Como auxiliar neste processo, os exercícios físicos podem contribuir muito. Atividades voltadas ao relaxamento, meditação, ioga e outros que promovam o autocontrole são grandes aliados.

Em caso da necessidade de medicação, a prescrição deve vir por um médico que acompanha todo o processo, dando suporte, avaliando o tipo de remédio adequado e respectivas quantidades. A automedicação não é recomendada em qualquer caso.