Cecília Rocha (Ciça) é psicóloga, arteterapeuta e autora do livro infantil “A casa de Pedro”. A obra tem como propósito ensinar as crianças a entenderem e acolherem suas emoções, mesmo as mais desagradáveis de sentir, para que tenham uma infância mais leve e tranquila e se transformem em adultos mais confiantes e equilibrados.
A autora ressalta a importância de as crianças compreenderem que estão sujeitas a sentir diferentes tipos de emoções, mesmo as negativas. De acordo com ela, as crianças precisam ser ensinadas que mesmo as emoções vistas como ruins têm uma função positiva e que emoções sentidas como positivas devem ser dosadas para, no fim das contas, não serem prejudiciais.
Entre os diferentes tipos de emoções que as crianças experimentam, Cecília destaca seis delas (medo, amor, nojo, tristeza, raiva e alegria), para ensiná-las sobre a importância de acolhê-las, compreendê-las e controlá-las quando necessário. O medo, por exemplo, segundo a psicóloga, é um sentimento que ninguém gosta de sentir, mas é de suma importância até para a integridade das crianças. Trata-se de emoção que serve para ajudar e proteger. “Pode ser perigoso viver sem medo”, afirma.
EXCESSOS
Mas pode ser problemático também viver com excesso de medo. Quando essa emoção fica grande demais e demora para desaparecer, a arteterapeuta sugere à criança que “acenda a luz”, olhe para o medo e reflita sobre ele, conversando com outras pessoas, familiares, por exemplo, para entender de onde a emoção está vindo. Fazendo isso, destaca Cecília, aumentam as chances de o medo ficar cada vez menor e sumir.
Ao contrário do medo, o amor é um sentimento que toda a criança gosta de sentir, pois traz aconchego, proteção, carinho e bem-querer. “O amor chega para aquecer e fazer viver”, diz Cecília. No entanto, como qualquer outra emoção, também precisa estar na medida certa, sob o risco de a pessoa esquecer de si e viver apenas para outro, objeto de seu amor. O amor em excesso, afirma a arteterapeuta, causa dependência emocional. “E para viver um bom caminho é importante não depender de ninguém”, alerta.
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Mas é preciso ficar de olho na duração da tristeza. A psicóloga explica que uma das características das emoções é sua brevidade. Se elas permanecem por muito tempo podem transformar-se em patologia. Assim, segundo Cecília, uma tristeza que se instala e não vai embora tem grandes chances de se tornar uma depressão “E para evitar que isso aconteça, é muito importante a criança chamar alguém especial para conversar sobre o que está sentindo”, diz.
Já a alegria tem a capacidade de deixar qualquer criança satisfeita, acolhida, adequada e feliz. Além disso, de acordo com a arteterapeuta, exerce um papel fundamental na gestão das emoções. “Por meio dela, conseguimos tornar mais tênues as outras emoções que são sentidas de maneira não tão positivas”, diz. Por ser uma emoção tão importante, a criança precisa ficar atenta caso ela vá embora. “Para reencontrá-la é bom cercar-se de familiares e amigos, assim como aprender a identificar outras fontes de prazer e alegria”, sugere.
Contudo, mesmo a alegria tem seu lado negativo. A psicóloga explica que esta emoção em excesso também pode se transformar em uma patologia, a chamada mania. Além disso, a alegria precisa estar de acordo com a ocasião. Uma pessoa que ri e demonstra estar alegre e feliz em uma situação de tristeza profunda, não age de maneira apropriada do ponto de vista social, comenta Cecília.
A casa de Pedro
• Autor: Cecília (Ciça) Rocha
• Editora: Literare Kids
• Número de páginas: 32
• Preço: R$ 37,55 (livro físico); R$ 32,90 (e-book)
• Onde encontrar: site da Amazon
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