Nesta terça- feira (29/8), é celebrado o Dia de Combate ao Fumo. Data com o objetivo de reforçar estratégias para mudar o cenário do tabagismo no país. Uma das pautas recentes sobre o tema é acerca das pessoas nascidas entre 1997 e 2010, a famosa geração Z, que não estão livres do tabagismo, como era esperado por especialistas na área. Os índices de consumo de cigarro que vinham caindo intensamente desde o começo do século, com políticas e leis que buscavam reduzir o hábito, voltaram a subir com a chegada dos cigarros eletrônicos. Um estudo da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), realizado este ano, mostrou que 2,2 milhões de adultos (1,4%) consumiram os dispositivos eletrônicos até 30 dias antes da pesquisa. Há seis anos atrás, o índice era de 0,3% entre a população.
O corpo humano só termina de se desenvolver por completo perto dos 19 anos de idade, com algumas variações para cima ou para baixo. Isso significa que os danos dos cigarros eletrônicos podem ser ainda mais prejudiciais em pessoas mais novas. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertam para os males do uso da nicotina em pessoas menores de 20 anos. Adolescentes que usam esses dispositivos têm mais riscos de se tornarem fumantes na vida adulta. Segundo relatório divulgado em 2021 pela entidade, 84 países não contam com quaisquer medidas contra a proliferação deste tipo de produto. Já 32 países proíbem a venda desses vapes, entre eles México, Índia e Argentina, e 79 adotaram pelo menos uma medida para limitar seu uso, como a proibição da propaganda, como acontece nos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.
"Os cigarros eletrônicos são proibidos, não regulamentados e nem controlados. Essa é uma questão que não deve ser ignorada. O consumo de cigarros mata milhões de indivíduos a cada ano e desfavorece a longevidade. Para garantir uma velhice com qualidade de vida, mais saudável, é fundamental a conscientização desses jovens para os perigos dos dispositivos eletrônicos e como o seu uso está relacionado com o agravamento de várias doenças que podem surgir com o avanço da idade", alerta Rafael Canineu, geriatra e diretor médico de Health Analytics da Alliança Saúde.
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" O fumo gera efeitos nocivos para a saúde que, muitas vezes, só são percebidos na velhice. Doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado), doença coronariana (angina e infarto) e cerebrovasculares (acidente vascular cerebral) são algumas das consequências do tabagismo", informa Rafael.