Uma pesquisa recente conduzida pelo Instituto para Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) dos Estados Unidos lança luz sobre um cenário alarmante: até 2050, é projetado um aumento significativo nos casos de artrose em nível mundial. Essa doença, que afeta principalmente articulações como quadril, joelhos e mãos, está surgindo como a forma mais comum de artrite, causando dor crônica e incapacidade em adultos.
Atualmente, cerca de 15% da população acima dos 30 anos já é impactada por essa condição.
A pesquisa inclui diversos fatores importantes que podem estar correlacionados ao aumento do risco de desenvolvimento da doença, entre eles, destaca-se a obesidade, o envelhecimento da população e atividades físicas intensas com alto impacto.
Segundo Daniel Oliveira, ortopedista especializado em coluna vertebral e diretor do NOT - Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte, a artrose é uma condição degenerativa das articulações que resulta no desgaste da cartilagem protetora nas extremidades ósseas, causando dor, inflamação e limitações de movimentos.
"Os sintomas incluem dor nas articulações afetadas, dores, inchaço e crepitação durante o movimento. Com a progressão da doença, a qualidade de vida dos pacientes pode ser severamente prejudicada, impactando suas atividades diárias e até mesmo levando à incapacidade."
O médico explica que o aumento da prevalência da artrose também reflete os desafios da saúde relacionados ao envelhecimento da população mundial.
"Com a expectativa de vida em crescimento, as doenças crônicas, como a artrose, assumem um papel de destaque nas preocupações. Isso é especialmente relevante no caso da artrose vertebral, que pode comprometer a qualidade de vida dos idosos e ter um impacto econômico e social significativo."
O ideal, segundo o especialista, é implementar estratégias de prevenção, manejo e tratamento da patologia.
"Atualmente, o tratamento é focado na redução da dor e da inflamação, bem como na melhoria da função articular. Isso pode envolver medicamentos, fisioterapia, mudanças no estilo de vida e, em casos graves, cirurgia, com o objetivo de retirar as partes danificadas da articulação e a inserção de uma prótese no lugar ou então o realinhamento dos ossos afetados pela artrose, diminuindo a dor e o impacto do peso na área."
A medicina regenerativa, de acordo com Daniel, também é um campo promissor nesse sentido, já que busca a restauração da função de tecidos e órgãos danificados por meio da regeneração celular, terapia celular e engenharia de tecidos.
No entanto, atualmente, a prevenção, desempenha um papel fundamental. Entre elas estão evitar o ganho excessivo de peso, manter um estilo de vida ativo, adotar posturas corretas durante atividades físicas e fazer visitas a ortopedistas para a realização de exames para saber como anda a saúde das articulações.
"Tais pesquisas como esta são importantíssimas. Elas não apenas alertam sobre os desafios futuros, mas também fornecem um guia para ações preventivas e de gerenciamento da doença. A colaboração entre pesquisadores, profissionais de saúde e autoridades governamentais é o caminho para garantir que a qualidade de vida das gerações futuras não seja comprometida pela progressão da artrose."