Os métodos e tratamentos de reprodução assistida estão se tornando cada vez mais conhecidos. Desde a pandemia, os números de ciclos de fertilização in vitro e de congelamento de óvulos e sêmen cresceram muito. Recente pesquisa do Itaú Unibanco aponta que os gastos com esses procedimentos cresceram 89% no valor transacionado no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2022, com base nas compras feitas utilizando cartões da marca.
Uma dúvida que tem se tornado frequente é sobre a possibilidade da realização de procedimentos que possam rejuvenescer o ovário. De acordo com o mestre em medicina reprodutiva, Matheus Roque, o conceito de rejuvenescer seria, por exemplo, pegar o óvulo de uma mulher de 40 anos e transformá-lo na qualidade genética de um óvulo de uma mulher de menor idade. Isso seria vencer o grande problema do avançar da idade reprodutiva da mulher, que leva à diminuição da qualidade dos óvulos principalmente após os 35 anos.
Essa diminuição a qualidade está associada à diminuição nas chances de gravidez e aumento do risco de abortos e doenças genéticas na criança. Assim, o rejuvenescimento seria melhorar a qualidade genética dos óvulos, para potencializar as chances de gravidez natural e mesmo nos tratamentos de fertilização in vitro.
"Até o momento, em todo o mundo, não existe técnica que rejuvenesça o ovário. Hoje, nas técnicas que são empregadas, independente de qual, é questionado se teria um benefício em ativar folículos, em tentar ter um maior número de folículos ou óvulos naquela paciente", afirma Roque.
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De acordo com o médico, a técnica feita para estimular a produção de folículos e óvulos não tem o poder de rejuvenescê-los. "É importante lembrar que a mulher perde a qualidade e quantidade da sua reserva ovariana com o passar do tempo, mas isso não significa que as pacientes não tenham óvulos após os 35 anos de idade. Porém, ainda não existe nenhum tratamento que tenha a eficácia de rejuvenescer esses óvulos, por isso, o congelamento é indicado para as mulheres que ainda não decidiram se querem ser mães ou que desejam postergar a maternidade", salienta Roque.
O médico ressalta ainda que é importante que a mulher procure um profissional especializado em reprodução humana para esclarecer dúvidas e direcioná-la para o tratamento que se adeque a sua situação. O especialista indicará o procedimento mais assertivo possível.