O boletim divulgado nesta quinta-feira (14/9), pela InfoGripe da Fiocruz, aponta o crescimento nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) associada à COVID-19 em alguns estados do Sudeste e do Centro-Oeste. De acordo com o levantamento, o aumento de casos está presente, principalmente, na população adulta e no Rio de Janeiro. No entanto, a análise também sinaliza um leve aumento de SRAG por COVID-19 no Espírito Santo, em Goiás e em São Paulo. 





O estudo, que tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 11 de setembro, é referente à semana epidemiológica (SE) 36, período de três a nove de setembro. 

O coordenador e pesquisador do InfoGripe Marcelo Gomes ressalta que, embora o ritmo de crescimento não seja alarmante, merece atenção. Diante do atual cenário, Gomes chama atenção para a importância da testagem e reforça a necessidade de a população estar em dia com a vacina contra a COVID-19, de acordo com a sua faixa etária. "É fundamental a vacina no braço dentro da recomendação atual das doses de reforço. Caso não esteja em dia, busque o posto de saúde mais próximo. Assim, esse ciclo de crescimento de COVID-19 que estamos começando a observar será de menor impacto. O risco fica bem menor com a vacina, principalmente, para evitar o desenvolvimento de casos graves".



Em relação à testagem, o pesquisador orienta a quem apresentar um quadro de resfriado ou sintomas gripais (como dificuldades respiratórias, tosses, espirros e desconfortos no corpo) a procurar um posto de saúde ou a buscar o seu médico da família para se informar e fazer a testagem. "Além disso, a recomendação, principalmente neste momento, é que pessoas com sintomas de síndrome gripal possam fazer repouso, ficar em casa e fazer o isolamento. Essas medidas são importantes não só para a recuperação, mas também para diminuir a circulação de vírus respiratórios na nossa população, seja por causa da COVID-19 ou qualquer outro vírus respiratório". Gomes reforça ainda que para quem apresentar esses sintomas e tiver que sair de casa, o uso da máscara de proteção é imprescindível. 





Em nível nacional, o Boletim aponta queda nos novos casos de SRAG nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,9% para influenza A; 0,9% para influenza B; 13,3% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 35,6% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 2,7% para influenza A; 0,0% para influenza B; 2,7% para VSR; e 78,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Cenário nacional

A atualização mostra que sete estados apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Alagoas (AL), Ceará (CE), Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Rio de Janeiro (RJ), Roraima (RR) e Sergipe (SE). Em Alagoas, no Ceará, no Espírito Santo, em Goiás e em Sergipe, o crescimento se concentra nas faixas de dois a quatro, de cinco a 14 anos de idade. Em Roraima, o aumento se concentra nas crianças até quatro anos de idade.

No Rio de Janeiro, o crescimento se observa nas faixas etárias da população adulta. No Espírito Santo, em Goiás e em São Paulo, também se observa ligeiro aumento em algumas faixas etárias da população adulta.



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Entre as capitais, oito apresentam sinal de crescimento: Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Maceió (AL), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). Em Aracaju, Boa Vista, Fortaleza, Macapá e Salvador, o sinal se dá principalmente nas crianças e pré-adolescentes (até 14 anos de idade).

No Rio de Janeiro, observa-se aumento em todas as faixas etárias que envolvem a população adulta. Em Maceió e Palmas, o sinal ainda não é claro, embora em Maceió se observe ligeiro aumento nas crianças pequenas (até dois anos) e na faixa etária de 15 a 49 anos.

Óbitos em 2023

Quanto os óbitos notificados de SRAG, já foram registrados, este ano, 8.057 óbitos, sendo 4.128 (51,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório; 3.355 (41,6%) negativos; e ao menos 169 (2,1%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, 11,4% são influenza A; 5,7% são influenza B; 8,0% são VSR; e 69,6% são Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 2,7% para influenza A; 0% para influenza B; 2,7% para VSR; e 78,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

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