A insuficiência ovariana acomete mulheres com menos de 40 anos que apresentam perda da produção regular de hormônios e liberação de óvulos. Também conhecida por menopausa precoce, pode levar à infertilidade, secura vaginal e sono disfuncional. Em estudo publicado na revista Climateric, órgão oficial da Sociedade Internacional de Menopausa, com sede no Reino Unido, pesquisadores do Instituto do Sono mostraram que fatores genéticos podem estar envolvidos na origem da insônia associada à menopausa precoce.
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Os pesquisadores acreditam que o estudo tem o potencial de levar à identificação de novas intervenções farmacológicas e terapêuticas para tratar ou aliviar os sintomas que as mulheres com menopausa precoce e insônia apresentam. Além de Mariana Moyses Oliveira, outros cinco profissionais do Instituto do Sono participaram da pesquisa: Sergio Tufik (presidente da instituição), Monica Andersen (diretora de ensino e pesquisa) e Helena Hachul (médica ginecologista especialista no tema "sono na mulher"), além das pesquisadoras Adriana Scaff e Luana Adami.
Insônia em mulheres
A insônia se caracteriza pela dificuldade de o indivíduo iniciar ou manter o sono ou acordar de maneira precoce pela manhã. É considerada doença quando ocorre três vezes por semana por três meses, acarretando sonolência e cansaço durante o dia. Mais prevalente em mulheres do que em homens, tem alta associação com a falência ovariana, porque ocorre mais em mulheres na menopausa.
Há exatos 20 anos, a médica ginecologista Helena Hachul, pioneira nos estudos sobre o sono na população feminina, publicou uma pesquisa demonstrando que a insônia acomete 60% das mulheres na menopausa. O estudo Genetic factors underlying insomnia and ovarian insufficiency, publicado na revista Climateric, nasceu dessa e de outras pesquisas sobre insônia e menopausa realizadas por profissionais do Instituto do Sono, sob coordenação da médica.
"Sabemos que a insuficiência ovariana e a insônia têm origens multifatoriais, podendo se manifestar em decorrência da interação entre fatores ambientais e genéticos", explica Mariana Moysés Oliveira.
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