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A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença neuromuscular severa e progressiva que pode ser fatal

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A Roche anunciou novos dados de longo prazo para o risdiplam da extensão aberta do estudo pivotal "Firefish", que consolida sua eficácia sustentada e perfil de segurança em crianças com atrofia muscular espinhal (AME) tipo 1. O "Firefish" é um estudo de duas partes em bebês com idade de um a 7 meses no momento da inclusão. Após quatro anos de tratamento com risdiplam, muitos dos bebês, agora crianças pequenas, continuaram a melhorar sua capacidade de sentar, ficar em pé e andar sem apoio. Todas as crianças tratadas com o medicamento, vivas no momento da análise primária, permaneceram vivas no 48º mês. 

Além disso, a maioria dos bebês manteve a capacidade de se alimentar pela boca e engolir até o 48º mês. A função motora foi avaliada pela Escala Motora Grossa das Escalas de Desenvolvimento Infantil de Bayley - Terceira Edição e pelo Exame Neurológico Neonatal de Hammersmith 2. As habilidades foram mantidas ou tiveram melhoras ao longo de quatro anos de tratamento com ridisplam. Sem tratamento, não se espera que as crianças com AME tipo 1 vivam além dos dois anos e não são capazes sentar-se sem apoio. Esses dados foram apresentados no Encontro de Pesquisa e Cuidados Clínicos de AME do Cure SMA, que aconteceu entre 28 e 30 de junho de 2023. 

SOBRE A AME 

A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença neuromuscular severa e progressiva que pode ser fatal. Ela afeta aproximadamente um em cada 10.000 bebês e está entre as principais causas genéticas de mortalidade infantil. A AME é causada por uma mutação no gene de sobrevivência do neurônio motor 1 (SMN1), que leva a uma produção deficiente de proteína SMN. Essa proteína é encontrada em todo o corpo e é essencial para o funcionamento dos nervos que controlam os músculos e outras funções, como deglutição, fala, respiração e movimento.

Sem ela, as células nervosas não conseguem funcionar corretamente, o que provoca fraqueza muscular progressiva. Dependendo do tipo de AME, a força física de um indivíduo e sua capacidade de andar, comer, falar ou respirar podem ser significativamente reduzidas ou perdidas 

LEVANTAMENTO 

Entre os bebês tratados com risdiplam, 37 conseguiram sentar-se sem apoio por pelo menos cinco segundos no 48º mês, em comparação com 35 no 24º mês. Além disso, 36 bebês conseguiram sentar-se sem apoio por pelo menos 30 segundos no 48º mês, em comparação com 23 bebês no 24º mês. Entre o 24º e o 48º mês, três bebês foram capazes de ficar em pé sozinhos e um bebê conseguiu andar sozinho.

"A via oral de administração do risdiplam permite que o medicamento seja distribuído por todo o corpo, aumentando sistemicamente a produção da proteína SMN, cuja falta é a causa subjacente da AME", diz Giovanni Baranello, do UCL Great Ormond Street Institute of Child Health & Great Ormond Street Hospital, de Londres, Reino Unido. "Isso ajudou a proporcionar um impacto significativo em funções importantes da vida diária, incluindo marcos motores, alimentação e deglutição, que se mantiveram ou melhoraram durante esse estudo de longo prazo, ao mesmo tempo em que oferecia um perfil de segurança tolerável."

O medicamento é o primeiro e único modificador de splicing (maturação) pré-mRNA de molécula pequena que tem como alvo o neurônio motor de sobrevivência-2 (SMN2) para o tratamento da AME, e pode ser administrado em casa na forma líquida, por via oral ou por sonda de alimentação. 

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"A independência aliada ao ato de sentar, ficar em pé e andar é transformadora para as crianças com AME e suas famílias, e estamos muito motivados com o aumento dessas capacidades ao longo de quatro anos de tratamento com risdiplam para as várias crianças deste estudo", disse Levi Garraway, M.D., Ph.D., Chief Medical Officer e Head global da área de Desenvolvimento de Produtos. "Nove em cada 10 pacientes em nossos estudos permanecem com Evrysdi a longo prazo e esses dados ressaltam sua importância como uma opção para pessoas com AME em uma ampla faixa etária e tipos da doença".

Nenhum evento adverso (EA) relacionado ao tratamento levou à interrupção do tratamento ou à retirada do estudo, e a taxa de EAs diminuiu em 71% entre o primeiro e o quarto períodos de 12 meses. Os EAs mais comuns foram febre (62%), infecção do trato respiratório superior (62%) e pneumonia (48%). A taxa de hospitalizações diminuiu durante o período do estudo.