Ao remover o coração original e implantar um novo, o corpo entende que o órgão é um “elemento estranho” e aciona o sistema imunológico para se proteger de infecções. Com o objetivo de evitar que isso ocorra, são utilizados medicamentos imunossupressores por toda a vida. No entanto, mesmo com os devidos cuidados, pode ocorrer a rejeição do coração.
“Cerca de 50% a 80% dos pacientes transplantados apresentam, pelo menos, um episódio de rejeição. Na maioria das vezes, é assintomática, mas em torno de 5% desenvolvem disfunção do ventrículo esquerdo, capaz de provocar falta de ar e fadiga ou arritmias (alterações no ritmo cardíaco normal). O pico de incidência de rejeição aguda se dá no primeiro mês e diminui nos subsequentes, atingindo o equilíbrio em um ano”, explica Alexandre Soeiro, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco do Hcor.
Ainda segundo o especialista, pode-se classificar as manifestações clínicas da rejeição de acordo com o início e a duração. “A rejeição leve não apresenta sequelas clínicas detectáveis e, algumas vezes, não exige tratamento. Já a moderada e a grave precisam de intervenção. Geralmente, é possível reverter os casos com medicações apropriadas”, conta.
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Apesar de exigir exames de rotina, incluindo biópsias para detectar alterações cardíacas em fases iniciais, é possível ter uma vida saudável, de qualidade e longa. “Os índices de sobrevida em um ano após o transplante cardíaco são de 85% a 90% e a mortalidade anual depois disso é cerca de 4%”, ressalta Soeiro.