Já ouviu alguém dizer que está passando mal por conta do calor? As altas temperaturas podem, sim, desencadear doenças e, nas próximas duas semanas, quando os termômetros chegarão aos 40°C em algumas regiões brasileiras, é preciso ainda mais cuidado.




 
A médica cardiologista e professora do curso de medicina da Uniderp, Lacy Coelho Barbosa Neta, explica que, quando a temperatura do corpo aumenta mais rápido do que a capacidade de resfriá-lo, os órgãos vitais podem sofrer danos, levando o indivíduo à morte.
 
O “heat stress”, estresse térmico ou estresse por calor, é uma condição médica real e muito séria. "Esse aumento de temperatura é conhecido como hipertermia e pode ocorrer quando o corpo humano não consegue dissipar o calor de forma eficaz, causando o aumento perigoso da temperatura corporal e prejudicando o funcionamento normal dos órgãos", esclarece.
 
Hidratar-se, evitar atividades extenuantes durante as horas mais quentes do dia, usar roupas leves e soltas, além de procurar estar em locais frescos e sombreados, são passos importantes para garantir o bem-estar nesse período.




 
Em caso de sintomas, a busca por assistência deve ser imediata. Os mais comuns são náuseas, vômitos, confusão mental e aumento da temperatura da pele. Nesses casos, remover rapidamente peças de roupas, tomar um banho frio ou aplicar compressas de gelo ou pano úmido na cabeça, pescoço e axilas podem amenizar os sintomas até a chegada do especialista.
 
"Boca seca, perda de apetite, dor de cabeça, cansaço e inchaço dos pés podem ser sinais de desidratação. Ignorar a importância da ingestão de líquido é um erro. Vale lembrar que bebidas alcoólicas não estão nessa lista. O consumo de álcool dá a sensação de hidratação, mas, na verdade, provoca efeito contrário, já que o álcool pode diminuir o composto vasopressina, que retém a água no corpo. A redução da vasopressina pode impedir o organismo de reter o a água que necessita, provocando assim a desidratação", alerta a cardiologista.
 
Já o uso de isotônicos pode ser considerado apenas por quem realizou atividades físicas extenuantes. Se este não for o caso, a ingestão de água é o suficiente para manter a hidratação adequada, com recomendação de pelo menos dois litros por dia para adultos saudáveis.




 
Alguns grupos de pessoas são mais vulneráveis ao estresse por calor, como os idosos, pois possuem capacidade reduzida de regular a temperatura corporal; crianças pequenas, que muitas vezes não sabem identificar a necessidade de se hidratar ou se refrescar; gestantes, além de indivíduos que apresentam obesidade, doenças vasculares, cardíacas e mentais, que também devem ser acompanhados mais rigorosamente.
 
Os casos de exaustão extrema e insolação podem ser fatais. A desidratação pode estar associada, e, quando em estágios mais avançados, ocorre um desbalanço entre os sais do corpo, o que predispõe a arritmias malignas. Também pode haver alterações neurológicas graves, como convulsões e perda de consciência.

Leia mais sobre calor na primavera nas páginas 36 e 37
 
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Exaustão: os sintomas incluem fadiga, fraqueza, tontura, náuseas, dores de cabeça e sudorese excessiva.





Insolação: como um golpe de calor, essa condição pode chegar a um nível grave quando a temperatura se eleva, atingindo 40°C ou mais. Os sintomas são caracterizados por confusão, pele quente e seca, pulso acelerado e, em casos severos, perda de consciência.

Cãibras: provocada pela perda de sais minerais devido à transpiração excessiva e desidratação, resulta em espasmos musculares dolorosos.

Edema periférico: essa condição diz respeito ao inchaço das pernas e mãos devido à retenção de líquidos.

Taquicardia e respiração acelerada: são sintomas de que o coração e o pulmão estão trabalhando mais para tentar resfriar o corpo. 

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