Com uma rotina corrida e milhares de tentações à vista, torna-se mais fácil apostar em alimentos rápidos e ultraprocessados, do que sentar para fazer uma refeição de verdade. O resultado: mais de 6.7 milhões de pessoas apresentam obesidade no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. O número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III, acima de 40 kg/m², atingiu 863.086 pessoas no ano passado.



Para quem consegue virar a chave e mudar o estilo de vida, um mundo se abre. Além da alimentação balanceada e da prática de exercícios, os remédios emagrecedores, como a semaglutida, também aparecem como um agente facilitador, como o famoso Ozempic, que virou febre do emagrecimento. Muitas pessoas, inclusive, acabam conhecendo melhor o corpo com a perda de peso. Esse é o grande motivo do mito existente de que os remédios emagrecedores causam nódulos na região do pescoço. Diferente do que se pensa, não há nexo causal entre ambos. O que ocorre é que os nódulos ficam mais aparentes com a perda de gordura e quem ganha a culpa são os tais medicamentos.

De acordo com o especialista em cabeça e pescoço, Ullyanov Toscano, 50% da população mundial apresenta nódulos, mas nem todos sabem. "Não há números que evidenciem o nexo causal, mas o emagrecimento faz com que o pescoço fique mais nítido e esses nódulos acabam saltando aos olhos de quem perdeu peso, por ficarem mais aparentes. Com isso, logo buscam exames de imagens e detectam o tumor. Desta forma, não surgem por conta do Ozempic, ou de outras drogas, mas por ficarem mais nítidos devido ao emagrecimento", esclarece o especialista.

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Também chamados de íngua, os nódulos no pescoço são caracterizados pelo surgimento de um caroço nessa região. De modo geral, costumam surgir e desaparecer espontaneamente, entre três ou quatro semanas, sem intervenção médica, mas é bom ficar em alerta quando isso não acontece.



"Além de câncer, alguns nódulos persistentes são sinal de doenças autoimunes, infecções crônicas, problemas de pele ou má formação congênita - que nascemos com ele. Por isso, é importante buscar ajuda médica para a realização de exames complementares, principalmente se você for fumante ou fazer uso frequente do álcool", sugere Ullyanov Toscano.

Até o final do último século, os tumores de cabeça e pescoço eram mais comuns em homens, com mais de 50 anos, e tinham como causa principal o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Atualmente, observa-se o aumento da incidência em mulheres e jovens, principalmente na faixa de 20 a 40 anos. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no triênio 2023 a 2025 são esperados 16.660 casos de tireoide e 7.790 de laringe para cada ano.

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