Procedimentos com a aplicação de esperma de salmão têm feito sucesso nas clínicas médicas do país. Pode parecer uma ideia estranha, mas os cosméticos com o ingrediente já são uma tendência na Coreia do Sul, por exemplo, e, aos poucos, a substância tem sido utilizada também em procedimentos estéticos, inclusive no Brasil e nos Estados Unidos.



"Na verdade, quando se fala sobre esperma de salmão em tratamentos de beleza estamos nos referindo a uma substância chamada de polydeoxyribonucleotides, ou PDRN, composta por uma série de moléculas bioativas extraídas do DNA do esperma do salmão. Dessa forma, o PDRN tem poderosas propriedades regenerativas. Então, na pele, é capaz de acelerar a cicatrização de feridas, além de promover rejuvenescimento ao estimular a proliferação de fibroblastos, que são responsáveis pela produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico, componentes fundamentais para a manutenção da saúde, beleza e jovialidade da pele", explica o médico pós-graduado em tricologia médica e dermatologia clínica e cirúrgica, Danilo S. Talarico.

Nos cosméticos, o principal benefício do PDRN está na reparação da barreira cutânea, ajudando a melhorar a hidratação e a reduzir a inflamação, visto que, devido ao tamanho, as moléculas da substância não são capazes de penetrar profundamente na pele. No entanto, no Brasil e no mundo, o ativo já é utilizado nos consultórios dermatológicos por meio de drug-delivery para que penetre muito mais profundamente na pele, ampliando a gama de benefícios e garantindo maior eficácia.

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"No drug-delivery, usamos tecnologias como o laser erbium ou de picossegundos, radiofrequência microagulhada e até MMP (microinfusão de medicamentos na pele) que vão abrir canais que possibilitam que o PDRN, aplicado em seguida, possa atuar em diversas camadas, atingindo até mesmo a hipoderme, camada mais profunda do tecido cutâneo. Dessa maneira, o ingrediente consegue aumentar a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico para promover rejuvenescimento", destaca o médico. "Além disso, o drug-delivery com PDRN também pode ser realizado no couro cabeludo. Na região, a substância, por sua ação regenerativa, estimula a proliferação celular no bulbo capilar, mais especificamente no 'bulge' dos folículos pilosos, assim acelerando o crescimento dos fios, que também se tornam mais fortes, grossos e saudáveis", acrescenta o expert.




A aplicação injetável do PDRN como biorremodelador é outro uso da substância que tem se destacado ao redor do mundo e, apesar de ainda não ser aprovado pela Anvisa, deve chegar em breve ao Brasil. "Com a aplicação injetável, será possível fazer com que a substância atue diretamente onde queremos, agindo a nível celular para garantir máxima eficácia no estímulo da síntese de colágeno, elastina e ácido hialurônico. O resultado é uma pele muito mais firme, jovem e elástica, com menos rugas e flacidez, além de tornar-se mais hidratada, uniforme e luminosa", diz Danilo, que ainda afirma que o procedimento pode ser realizado de maneira preventiva, para retardar o processo de envelhecimento, e até mesmo antes de procedimentos estéticos e cirúrgicos. "Por ser capaz de promover a regeneração da pele e melhorar a cicatrização, o PDRN, quando aplicado em preparação aos procedimentos, ajuda a acelerar a cicatrização e a tornar o pós muito mais tranquilo."

Os resultados do uso do PDRN em procedimentos estéticos de rejuvenescimento são extremamente naturais, apesar de não serem imediatos, surgindo conforme o colágeno, elastina e ácido hialurônico são estimulados. Além disso, múltiplas sessões podem ser recomendadas de acordo com cada caso. "Vale ressaltar que, apesar de causar certa estranheza devido a sua origem, o PDRN é uma substância muito segura e bem tolerada tanto no drug-delivery quanto nos procedimentos injetáveis. Isso por que o DNA do salmão é similar ao DNA humano, então o PDRN possui alta compatibilidade com nosso organismo. Além disso, durante o processo de extração e purificação da substância, são removidos peptídeos e proteínas que podem causar reações imunes, sendo seguro até para pacientes alérgicos a frutos do mar", indica Danilo S. Talarico.

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