Em casos de tratamentos oncológicos ou quando homens precisam fazer alguma cirurgia que possa interferir na capacidade reprodutiva, o congelamento de sêmen é uma opção para preservar a fertilidade masculina. "Preservar a fertilidade é um assunto que, pouco a pouco, se torna mais frequente entre as mulheres, já que a idade é um empecilho importante para a gravidez, principalmente para mulheres a partir dos 35 anos. Esse assunto, aos poucos, começa a interessar aos homens, já que muitos deles podem precisar recorrer às técnicas de preservação seminal. O congelamento de sêmen é um procedimento seguro, mais barato que o congelamento de óvulos, e os espermatozoides são preservados por décadas, mantendo sua qualidade", diz o ginecologista obstetra especialista em reprodução humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita, Fernando Prado. "Até em casos de futura vasectomia, pode-se deixar o sêmen congelado previamente, pois se no futuro houver mudança de planos, esse sêmen congelado pode ser usado para uma nova gravidez", explica.
Já com relação ao câncer, os tratamentos com quimio ou radioterapia podem ser indicados. "O sêmen pode ser congelado, prevenindo que o tratamento para o câncer possa levar à esterilidade. Da mesma forma antes de cirurgias de próstata, que podem lesar os canais que transportam os espermatozoides", diz o médico.
O especialista reforça que, finalmente, o sêmen também pode ser congelado quando o parceiro não consegue estar presente no momento da fertilização in vitro ou da inseminação, seja por questões de ocupação no trabalho ou por doenças. "Nestas situações, o sêmen é deixado congelado previamente e utilizado no dia em que for preciso, sem a obrigação da presença do parceiro naquele momento", destaca.
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Esse é um procedimento simples, continua o médico. Diferentemente do congelamento de óvulos, que requer a estimulação ovariana e a punção dos óvulos, a coleta do sêmen é feita por masturbação ou, quando há indicação, por procedimento cirúrgico para retirada dos espermatozoides do testículo ou do epidídimo.
"Essa técnica é usada quando o homem tem a contagem reduzida ou ausência de espermatozoides no sêmen. Após a coleta, o sêmen é encaminhado para laboratório especializado no congelamento. O material é resfriado em nitrogênio líquido até os -196ºC. No geral, recomendamos que sejam armazenadas diferentes amostras do sêmen para aumentar as chances de sucesso", diz Fernando.
O médico explica que não existe um limite de idade quando o paciente quer congelar sêmen, mas aqueles com mais de 45 anos podem ter queda na qualidade de espermatozoides e no seu material genético. "Isso pode representar riscos à formação do bebê, mas tudo deve ser avaliado com o médico", aponta.
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