Dietas à base de plantas estão aumentando constantemente em popularidade, devido ao crescente foco em questões ambientais. Investigar o efeito dessas dietas sobre os fatores de risco bem estabelecidos para a doença cardiovascular, principal causa de morte no mundo, é portanto, altamente relevante.
Os autores desse estudo conduziram uma revisão sistemática e meta-análise (método estatístico para agregar o resultado de dois ou mais estudos independentes, sobre uma mesma questão de pesquisa, combinando seus resultados em uma medida única) para avaliar com mais assertividade o efeito das dietas vegetarianas e veganas nas concentrações séricas do colesterol total, LDL-C (colesterol ruim), triglicérides e apolipoproteína-B (faz parte das frações lipídicas aterogênicas, ou seja, a fração que causa os entupimentos nos vasos sanguíneos).
Foram incluídos 30 grandes estudos randomizados que quantificaram o efeito das dietas vegetarianas, versus uma dieta onívora (dieta à base de carne, ou vegetais) sobre os níveis lipídicos de adultos com mais de 18 anos.
Comparados ao grupo onívoro, a dieta vegetariana reduziu os níveis de colesterol total, LDL-C, e apolipoproteína -B, com mais significância estatística. Os graus de efeito foram similares em relação à idade, região e duração do estudo, estado de saúde, dieta de intervenção, programa de intervenção e desenho do estudo. Não houve diferença significativa para os níveis de triglicérides.
CONCLUSÕES
Os autores concluíram que dietas vegetarianas estão associadas à redução nos níveis do colesterol LDL-C e de apolipoproteína-B, que foram consistentes nos vários estudos examinados. As dietas vegetarianas têm o potencial de diminuir a carga aterosclerótica das lipoproteínas aterogênicas e, assim, reduzir o risco de doenças cardiovasculares .
Vale aqui ressaltar que não adianta ser vegetariano e contar com esses benefícios acima se coexistirem outros fatores de risco, como hipertensão arterial maltratada, tabagismo e outros fatores de risco cardiovasculares de prevalência e importância clínica.
Os graus de efeito foram similares em relação à idade, região e duração do estudo, estado de saúde, dieta de intervenção, programa de intervenção e desenho do estudo. Não houve diferença significativa para os níveis de triglicérides.