O Brasil é o país mais infiel da América Latina, segundo levantamento realizado pelo aplicativo Gleeden, em 2022. Para a psicóloga e mentora de mulheres Najma Alencar essa liderança não é motivo de celebração. "Embora normalizada por parcela da população, a traição é traumática e causa danos psicológicos sérios em quem passa pela situação de ser traído.
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A psicóloga Najma Alencar dá oito dicas para que mulheres possam ultrapassar a fase da dor e para se sentirem independentes emocionalmente:
Aceite o seu luto
"A descoberta de uma traição mata a visão que aquela pessoa tinha da sua relação e de seu parceiro, por isso esse é considerado um processo de luto do que havia até então ali. Entender isso faz com que a pessoa consiga se permitir mais sentir as emoções e vivenciar o momento da perda da confiança e, em muitos casos, também da relação", afirma Najma.
Coloque um limite
"Permita-se sentir e sofrer o que você achar necessário para extravasar essas sensações, mas coloque um limite: 'por alguns dias foi, mas mais pra lá não'. Não quer dizer que a partir daquele momento não vai mais doer, mas é preciso tomar um posicionamento para retomar o controle da própria vida e tomar as atitudes necessárias a fim de sair daquele lugar tão difícil, seja encerrando a relação, procurando ajuda de um profissional, fazendo uma viagem, focando no trabalho, entre outras atitudes importantes do cotidiano", exemplifica Najma.
Chega de comparação
"É muito comum a pessoa traída se sentir minúscula porque a autoestima foi profundamente abalada pela desvalorização da relação, por isso, até se recuperar, é muito importante evitar visitar as redes sociais ou procurar saber como é a pessoa com quem o parceiro a traiu, uma vez que nessa fase de vulnerabilidade a autoestima está baixíssima", explica a mentora.
Nada de culpa
"A culpa é uma das sensações mais perigosas, pois faz com que você traga a responsabilidade das ações do outro para si mesma, é comum o questionamento em relação ao 'o que eu fiz para ele agir assim?' e então aumentar ainda mais a angústia e tristeza pelo ocorrido. Mas lembre-se sempre que cada pessoa é responsável por suas próprias ações, a escolha é uma questão de quem trai, não de quem é traído", enfatiza.
Entendendo a situação (ou não?)
"Buscar os motivos pelos quais uma pessoa traiu sua parceira ou parceiro é uma abordagem delicada, mas que, em alguns casos pontuais, pode funcionar e ainda ajudar a pessoa traída a entender porque aquilo aconteceu e, então, colaborar para o processo de luto, até porque, na maioria dos casos, não haveria mesmo nada que a pessoa traída fizesse que pudesse evitar a traição", diz a psicóloga.
Avalie o relacionamento
"Vale olhar com atenção para a relação e buscar identificar se vale a pena tentar perdoar e seguir ou se aquele relacionamento já estava minado. É uma questão muito particular sobre o que é pilar de relacionamento ou não para cada pessoa: respeito? confiança? sexo? amizade?", afirma.
Fortaleça-se emocionalmente
"O fortalecimento emocional é o caminho para a superação. Primeiro, elimine as perguntas sobre como aconteceu a traição, procure um profissional e cuide da sua saúde mental; depois busque o que a conecta com o seu íntimo, reaproxime da sua espiritualidade, seja ela ligada à Deus, à natureza ou outro elemento; reencontre amigos e familiares e abasteça seu âmbito social com pessoas livres de julgamentos e que a deixem confortável; por fim, olhe para fora e encontre uma atividade, seja caminhada, dança ou um esporte, por exemplo, além de usar uma maquiagem ou acessório que te faça sentir bem", lista a mentora.
Prepare-se para o próximo
"Quando a pessoa que foi traída decide romper a relação, é comum, infelizmente, ela agir de forma negativa com o próximo parceiro, como se estivesse em uma montanha-russa de sentimentos. Sempre em alerta e ansiosa, ela pode se tornar uma pessoa possessiva, desconfiada e ciumenta, afetando o novo relacionamento, por isso minha sugestão é que essa pessoa faça uma reflexão, diferenciando as situações e, se possível, que procure apoio profissional para superar o trauma vivido", conclui.