O mês de outubro é marcado por ações de prevenção a obesidade. A doença é um problema global que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e representa um desafio crescente para a saúde pública, pois está relacionada a uma série de comorbidades.



Atualmente, 56,8% da população brasileira apresenta excesso de peso, incluindo pessoas com sobrepeso e obesidade (IMC > 25 kg/m²), com picos de 68,5% na faixa etária de 45 a 54 anos e 40,3% entre jovens de 18 a 24 anos. Os dados são do Covitel, Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia.

Três em cada dez pessoas adultas são obesas em Minas Gerais. O aumento de mais de 200 mil casos nos últimos dois anos alerta para uma condição multifatorial que desafia a saúde pública, segundo especialistas. O acúmulo de gordura acima de níveis considerados saudáveis é fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis, que são a principal causa de morte no mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os dados do aumento da obesidade são do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde. Em 2022, eram consideradas obesas, em Minas Gerais, 728.598 pessoas, com prevalência em 30,05% da população mineira. No ano anterior, em 2021, eram 599.024 - alta de 21% - e, em 2020, 520.536. "O estilo de vida tem adoecido a população. Além dos fatores genéticos, o aumento no consumo de alimentos industrializados e o estresse são causas adicionais associadas à obesidade", explica a nutricionista da Hapvida NotreDame Intermédica, Marcela Santos.




Entre as complicações, a doença pode resultar no desenvolvimento de diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e certos tipos de câncer. Além disso, fatores psicológicos relacionados ao estigma que muitas vezes acompanha a obesidade.

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A especialista dá dicas para melhorar a alimentação e evitar o sobrepeso e a obesidade. "É importante adotar um estilo de vida e hábitos alimentares saudáveis. Isso envolve evitar o consumo de alimentos industrializados ou ultraprocessados, como refeições congeladas, fast-food, alimentos ricos em farinha branca, produtos açucarados, embutidos, refrigerantes, sucos artificiais e bebidas alcoólicas", alerta.

Uma estratégia é priorizar a inclusão de alimentos naturais na dieta. "Isso significa consumir frutas, verduras, legumes, raízes e cereais integrais. Além disso, inclua proteínas magras em todas as refeições, como ovos, peixe, frango e iogurtes naturais. Elas ajudam a manter a saciedade e a preservar a massa muscular", pontua Marcela.



A nutricionista indica evitar pular refeições ou adotar jejuns prolongados, pois essa prática pode levar a compensações alimentares prejudiciais, tornando mais difícil o controle do peso. "Manter-se adequadamente hidratado também é essencial. Beber água regularmente é indispensável para um bom funcionamento do organismo e pode auxiliar no processo de emagrecimento", enfatiza.

Planejar as refeições e evitar sair de casa com fome também é uma dica. "Organizar e levar sua alimentação para consumir ao longo do dia reduz as chances de fazer escolhas alimentares desfavoráveis quando estiver fora de casa. Ter um plano alimentar bem estruturado pode ser uma ferramenta valiosa no controle do peso e na prevenção da obesidade", aponta.

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