Nas últimas décadas, a indústria da beleza tem passado por uma grande transformação, graças à fusão entre ciência e cuidados com a pele. Rituais antigos, como a esfoliação, agora, são potencializados pela alta tecnologia. O processo, além de popular, tornou-se também uma etapa essencial na rotina de skincare, promovendo mais saúde não só à face, como ao corpo, couro cabeludo e até mesmo boca.
O biomédico, mestre em medicina estética, Thiago Martins, explica que existem vários métodos e cada um oferece benefícios únicos. "A esfoliação física envolve o uso de partículas minúsculas para remover células mortas da pele por meio do contato mecânico. É importante, no momento de aplicar o produto, fazer movimentos suaves e leves para não machucar o rosto. Além dos esfoliantes faciais para usar em casa, existem tratamentos de consultório, como os peelings, que também usam esse tipo de abrasão para renovar a pele."
Já a esfoliação química, ao invés dos grânulos, usa substâncias ácidas que promovem a renovação celular rompendo a adesão entre as células. O produto promove uma descamação, que remove as células mortas. Os ácidos mais usados são os alfa-hidroxiácidos (AHA), como o ácido glicólico, salicílico e retinóico. "O produto, que pode ser um sérum, tônico ou creme, é aplicado no rosto sem esfregar. É um tipo de esfoliação intensa e que exige uma hidratação mais potente depois."
A esfoliação não se limita apenas ao rosto. Thiago conta que muitas pessoas esquecem áreas como cotovelos, joelhos e pés, que também se beneficiam do procedimento. "A esfoliação regular nessas áreas previne o ressecamento, suaviza a pele e, frequentemente, ajuda na prevenção dos pelos encravados, inclusive."
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No caso do couro cabeludo, o biomédico ressalta que a esfoliação é responsável por estimular a circulação sanguínea da região e contribuir para o crescimento saudável dos fios.
Mas por que ela é tão importante? A resposta está no processo natural de renovação que causa. O especialista explica que, diariamente, milhões de células mortas se acumulam na superfície da pele, bem como restos de maquiagem e de protetor solar que acabam permanecendo na face por não serem retirados totalmente durante a rotina de limpeza, obstruindo os poros e resultando em uma aparência opaca. A esfoliação remove essas células, permitindo que respire e absorva melhor os produtos de skincare, como hidratantes e séruns. "Além disso, estimula a produção de colágeno, uma proteína vital para a elasticidade e firmeza da pele."
Após a esfoliação, é crucial nutrir a pele com ingredientes calmantes e hidratantes. Máscaras, séruns, cremes à base de ácido hialurônico e loções ricas em vitaminas ajudam a restaurar seu equilíbrio, garantindo uma sensação suave e hidratada.
A frequência da esfoliação, conforme explica Thiago, varia de acordo com o tipo de pele. "Para a maioria das pessoas, esfoliar duas vezes por semana é suficiente para manter a pele saudável. No entanto, aqueles com pele sensível devem optar por esfoliantes mais suaves e limitar o processo a uma vez por semana".
E um conselho: nada de produzir esfoliantes, através de misturas e receitas caseiras, pois, além de não serem eficientes, essas máscaras podem agredir a pele do rosto, promover uma abrasão exagerada, machucá-la e, até mesmo, evoluir para manchas. "Existem fórmulas testadas e que possuem eficácia comprovada por anos de estudos clínicos com o intuito de entregar os melhores resultados e evitar possíveis transtornos", aponta.