Quando um casal descobre que está esperando um bebê, as atenções costumam ser prioritariamente direcionadas à mulher. Afinal, é ela que vai gestar a criança por nove meses e passar por grandes mudanças físicas e psicológicas nesse período. Mas o pai também pode apresentar enjoos, dores de cabeça, cólicas e até ganho de peso durante a gravidez de sua parceira ou filha. 



A operadora de saúde Hapvida NotreDame Intermédica disponibiliza, em seu canal do YouTube, um curso gratuito com esse foco, distribuído em seis módulos, acessível à população em geral, incluindo clientes e não clientes. "Decidimos fazer uma abordagem relacionada à paternidade, destacando os cuidados com a saúde do homem, bem como seu co-protagonismo e seu importante papel no cuidado com os recém-nascidos", explica Franciane Gonçalves, diretora médica executiva do Projeto de Acolhimento da companhia.

Novos tempos

Nos módulos, o ginecologista obstetra Felipe Favorette, idealizador do Programa Paternatal, destaca que "acabou aquela história de que a mãe cuida dos filhos e da casa enquanto o pai só se preocupa com o sustento da família. Os tempos mudaram. Os homens tendem a estar, cada vez mais, presentes na vida dos filhos e da esposa, inclusive na gestação".

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O especialista reforça que pai também engravida e que isso tem nome: Síndrome de Couvade, definida como "uma gravidez psicológica provocada pela forte ligação e empatia que o pai sente pela mãe do bebê", explica.




Importância do pré-natal paterno

O ginecologista obstetra chama a atenção para a importância do pré-natal do pai, apelidado de Paternatal. Para ele, é uma atitude que vai além das consultas de rotina da gestante durante os nove meses. O programa envolve o cuidado próprio, além da vontade de estar bem e saudável para cuidar da criança na infância e acompanhar o seu crescimento até a vida adulta. "O pinguim é um bom exemplo de pai Paternatal na natureza, porque é o macho quem choca os ovos. Pai não é ajudante de mãe. Pai participa e cuida", adverte.

A paternidade tradicional era baseada na procriação. Hoje, esse conceito evoluiu com a formação de diferentes configurações familiares, inclusive com pais solo, comenta o médico.

"O pai tem que estar presente na gestação, participar efetivamente do parto, especialmente nos humanizados, quando o marido pode fazer o papel de 'maridoulo'. Além disso, deve ser parceiro na hora da amamentação e se preocupar com a alimentação e com a hidratação da mãe. Enquanto uma amamenta e está ocupada, o outro deve cuidar dos afazeres da casa, dos outros filhos e dos animais de estimação", completa Favorette.

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