Amigas reunidas dentro da piscina

Na foto, atrás: Lúcia, Olímpia e Maria Lúcia, e, na frente: Mary, Rosa Vidal, Conceição Milagres, Rosa Maria, Ângela Nogueira

Jair Amaral/EM/D.A Press

Conceição Milagres é aposentada, tem 71 anos e se encontra pelo menos duas vezes por semana com suas amigas na hidroginástica, atividade que faz há mais de 10 anos. Ela conta que além de praticarem exercício juntas, encontram-se também em outros lugares. "Vamos ao cinema, saímos para almoçar, ir a shows e teatros, fazemos passeios em hotéis-fazenda e viajamos também. A última, inclusive, foi para Caldas Novas (GO), onde passamos quatro dias prazerosos."

Segundo a aposentada, essa convivência só traz benefícios. "Temos mais ou menos a mesma idade, então os assuntos são de interesse comum, as brincadeiras são compatíveis, os problemas também e, principalmente, podemos contar umas com as outras. Estamos juntas nas horas boas e nos momentos mais difíceis. A gente se torna uma família."

Outro fator importante é com relação à modalidade praticada por elas. Os exercícios físicos, de acordo com Conceição, são feitos dentro da piscina e dão mais segurança, sem causar nenhum tipo de dor ou lesão, por não ter impacto. "O professor pega pesado mesmo. Ao mesmo tempo, temos um momento só nosso para conversar, trocar ideias, contar 'vantagens' dos filhos, falar de amenidades e planejar os divertimentos. Saímos da aula sempre com a cabeça mais leve. É uma hora só nossa."

Angela Nogueira endossa as falas da amiga. Ela, que é vendedora e tem 66 anos, e faz hidroginástica há mais de 30 anos, fala que a atividade é uma terapia em grupo. "É relaxante, faz bem à nossa saúde e cria laços afetivos para a vida. Nós trocamos receitas, conversamos sobre nosso dia a dia, damos boas gargalhadas e muito mais. Somos felizes nesse ambiente, que já se tornou familiar",  comenta.

VITAL 

Segundo a geriatra Simone de Paula Pessoa Lima, da Saúde no Lar, a amizade na terceira idade é uma necessidade vital. Pesquisas indicam que pessoas idosas com redes de suporte sólidas têm mais qualidade de vida e menor risco de desenvolver depressão e ansiedade. "O suporte desses laços vai além do conforto emocional, desempenhando um papel crucial na melhoria da função cognitiva, já que, ao interagir regularmente com amigos, nós estimulamos nossa mente, ajudamos a manter a agilidade mental e diminuímos o risco de demência."

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A geriatra explica que participar de atividades sociais e comunitárias oferece também uma sensação de propósito. "O envolvimento em grupos sociais, clubes, aulas ou voluntariado pode fornecer estímulos mentais, criar um senso de pertencimento e até criar oportunidades para aprender algo novo. A aprendizagem contínua é uma excelente maneira de manter o cérebro ativo e receptivo às mudanças, fortalecendo as conexões neurais."

LONGEVIDADE

Com relação à vida ativa, Daniel Oliveira, ortopedista especializado em coluna vertebral, explica que esse é um pilar fundamental para um envelhecimento saudável. "É fato que a prática regular de atividades físicas, como caminhada, dança, hidroginástica ou mesmo jardinagem, pode melhorar a força muscular, a coordenação e a mobilidade, diminuindo o risco de quedas, além de reduzir o risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e osteoporose, que são comuns na terceira idade. E estar rodeado de amigos faz com que essas atividades sejam ainda mais impulsionadas e mantidas de forma constante."

De acordo com o especialista, manter-se ativo também é essencial para um sistema imunológico robusto, ajudando o corpo a combater infecções de maneira mais eficaz.