Crianças aprendendo sobre paradas cardiorrespiratórias

A implementação do projeto ocorre por demanda, já que o ensino de primeiros socorros não é obrigatório nas escolas

Crianças Salvam Vidas/ Divulgação


A saúde cardíaca é uma preocupação global. A cada ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), cerca de 300 mil vidas são perdidas subitamente, a maioria por causas cardiovasculares, especialmente arritmias cardíacas. Nesse cenário, surge o projeto "Crianças Salvam Vidas", uma iniciativa que visa capacitar crianças e adolescentes em idade escolar a reconhecer e iniciar os procedimentos básicos para a reversão de uma parada cardíaca.  

Em entrevista, a cardiologista e fundadora do projeto, Luciana Armaganijan, informa que a maioria das paradas cardiorrespiratórias (PCR) ocorrem fora do ambiente hospitalar - sendo boa parte delas com uma criança ou adolescente como testemunha. A cardiologista ressalta a importância de conscientizar a população, desde cedo, para aumentar significativamente a chance de um indivíduo que sofre uma PCR sobreviver. "As crianças são grandes disseminadores de informação dentro das famílias e das comunidades onde vivem. "



Além da técnica de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), o treinamento simula situações de parada cardíaca e de engasgos - em bebês, jovens e adultos. O objetivo é que a criança realize os primeiros socorros até a chegada do serviço de emergência médica. "Oferecemos condições para as crianças reconhecerem o problema e, sem medo, agirem rapidamente, na busca de socorro especializado - memorizando números telefônicos estratégicos - e iniciando as manobras básicas de reanimação imediatamente", informa. 

IDADE ESCOLAR 

A implementação do projeto ocorre por demanda, já que o ensino de primeiros socorros não é obrigatório nas escolas. Luciana explica que  o projeto entra em contato com os espaços de ensino pessoalmente ou respondem às demonstrações de interesse. "Pretendemos atingir um público amplo, desde pré- adolescentes do ensino fundamental até o final do ensino médio. Em escolas públicas ou privadas. 

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E se tratando da idade, a especialista cita que a partir dos 10 anos é possível já aprender os procedimentos de ressuscitação. "Inicialmente explicamos como o coração funciona, impulsionando o sangue e irrigando todo o corpo com filmes ilustrativos", além disso, " é ensinado o que é uma parada cardíaca e porque ocorre a interrupção do bombeamento de sangue, mostrando as arritmias também por meio de filmes ilustrativos". 

A utilização de ilustrações e atividades lúdicas, facilita não só o ensino de conteúdos técnicos, como elabora um cenário adequado para a idade dos alunos. "Por fim, mostramos o que é um desfibrilador externo automático (DEA) e como um choque age na recuperação do ritmo normal do coração. Tudo com ilustrações e linguagem adequada para a idade."
 

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.