Com o retorno gradual ao trabalho presencial em muitas empresas, crescem as preocupações sobre os impactos na saúde mental dos trabalhadores. A transição do trabalho remoto para o presencial, depois de longos períodos de adaptação à nova normalidade, está gerando discussões significativas e desencadeando a síndrome Forto (Fear of returning to the office), em português: medo de retornar ao trabalho presencial. A discussão é em torno do equilíbrio entre as necessidades operacionais das empresas e o bem-estar dos funcionários.





De acordo com o relatório sobre o panorama do trabalho remoto feito pela empresa de tecnologia corporativa Owl Labs e pela consultoria Global Workplace Analytics, o número de trabalhadores que optaram por trabalhar remotamente em 2022 aumentou 24% desde 2021. E a quantidade daqueles que escolheram o trabalho híbrido aumentou 16%. O interesse em trabalhar presencialmente caiu 24%.

A pandemia do COVID-19 transformou completamente a forma como as pessoas trabalham. O retorno ao trabalho presencial inclui desafios como: se ajustar novamente às rotinas diárias, planejamento da ida até o trabalho, além do receio de um novo contágio. Tudo isso pode ter um impacto considerável na saúde mental dos trabalhadores. 

Fase de transição 

Médico do trabalho, Marcos Mendanha, destaca que o retorno ao trabalho presencial inclui desafios como se ajustar novamente às rotinas diárias e planejamento da ida até o trabalho

(foto: Arquivo Pessoal)


O médico do trabalho e diretor da Faculdade CENBRAP, Marcos Mendanha, enfatiza a importância de os líderes empresariais abordarem essa questão com seriedade, destacando a necessidade de as empresas adotarem uma abordagem proativa para apoiar seus funcionários durante essa fase de transição.





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“A criação de ambientes de trabalho seguros, medidas de prevenção eficazes e a promoção de programas de bem-estar emocional são atitudes essenciais para amenizar os efeitos negativos na saúde mental dos trabalhadores”, explica Marcos Mendanha.

Mendanha ressalta ainda, a importância em abordar essa questão já que este é um momento crucial para discutir como podemos equilibrar as necessidades de negócios com a saúde mental dos trabalhadores.

“Ao adotar uma abordagem proativa, investindo em ambientes seguros e promovendo medidas de apoio emocional, as organizações podem criar um ambiente onde a saúde mental e a produtividade coexistam harmoniosamente”, afirma o médico do trabalho.

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Mendanha acredita que essa é uma oportunidade para as empresas liderarem pelo exemplo e se destacarem como defensoras do bem-estar dos seus colaboradores em um mundo que continua a se adaptar às mudanças.

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