O fim da temporada de 2018 marcou também o último capítulo da carreira de vários jogadores tidos como ídolos em seus clubes, como o goleiro Jefferson, o volante Renato, os armadores Marquinhos e Danilo e o atacante Emerson Sheik. Por outro lado, há uma boa parcela de atletas veteranos que consegue manter o alto nível e tenta estender a relação com o futebol por mais algum tempo. Alguns deles continuarão pelos gramados do Brasil esbanjando técnica, experiência e qualidade em suas equipes.
Três dos exemplos positivos de vitalidade na carreira estão em Minas: o goleiro cruzeirense Fábio, de 38, e os atleticanos Leonardo Silva, de 39, e Ricardo Oliveira, de 38. Não é segredo para ninguém que eles compensam o possível peso da idade com muito treino, dedicação diária e cuidado excessivo na prevenção de lesões. Por esse motivo, nenhum deixou de fazer parte dos planos de seus times nas competições mais importantes, como a Libertadores, que terá Raposa e Galo simultaneamente em 2019.
A ótima fase que ficou comprovada na conquista do bicampeonato da Copa do Brasil deve levar a diretoria do Cruzeiro a renovar o contrato de Fábio até 2020, quando o camisa 1 terá completado 40 anos. Titular da posição desde 2005, ele cresceu de produção desde 2016, quando se submeteu a uma cirurgia para reconstrução dos ligamentos do joelho direito. Sem qualquer tipo de contusão, ele esteve em campo em 62 dos 72 jogos celestes em 2018.
O arqueiro diz que ainda tem motivação de sobra para entrar em campo:“Cada dia agradeço a Deus por poder jogar aos 38 anos em alto nível, ajudar os companheiros e o Cruzeiro a estar em uma grande decisão, em fazer uma história cada vez mais vitoriosa. Cada dia que vou ao treino agradeço por estes momentos. Então, é usufruir ao máximo para aproveitar cada momento como se fosse o último”.
No Galo, Ricardo Oliveira jogou 55 das 64 partidas e não teve nenhum problema muscular no auge de seus 38 anos. Com 22 gols na temporada, sendo 13 no Brasileiro, ele estendeu o vínculo por mais um ano e ficará no clube até 2020. “Os objetivos foram alcançados. Individualmente falando, ser o jogador de linha que mais atuou, não sofrer lesões e ser o artilheiro da equipe no ano é algo que me deixa muito satisfeito. O ano poderia ter sido melhor, coletivamente falando, mas vamos lutar em 2019 para conquistar os títulos que nos faltaram”, ressalta o camisa 9.
Leonardo Silva depende de renovação contratual, mas tende a jogar a nona temporada seguida pelo alvinegro. Presente nos principais títulos atleticanos na década, o jogador foi titular absoluto em 2018, mas se machucou no último jogo da temporada, contra o Botafogo. Agora, terá de ficar um tempo no departamento médico até estar novamente 100%. “Conheço o Leo há quase oito anos. É um exemplo para os demais, nosso capitão, que chega todos os dias mais cedo para fazer reforço muscular e está preocupado com a parte física. Ele está sempre querendo melhorar a performance. É mais mérito dele do que do nosso trabalho”, afirma o preparador físico do Atlético, Luís Otávio Kalil.
NOS PLANOS Outros atletas veteranos esbanjam boa forma. O lateral-direito Leo Moura, de 40, vive a expectativa de jogar mais um ano pelo Grêmio, que também disputará a Copa Libertadores em 2019. Os argentinos Lucho González e D’Alessandro são peças fundamentais e estão nos planos de Atlético-PR e Internacional, respectivamente. O jogador mais velho na última Série A é de Pernambuco: o goleiro Magrão, de 41, está desde 2005 no Sport. Com fratura no antebraço direito, não pôde ajudar sua equipe a evitar o rebaixamento à Série B. Mas, com compromisso até o fim de 2019, o experiente atleta deve ser um dos pilares para reforçar a luta dos pernambucanos por novo acesso. O folclórico atacante Túlio Maravilha vai ainda mais longe. Aos 49 anos, assinou contrato para disputar a próxima Série A-3 do Campeonato Paulista pelo Taboão da Serra.
No ano passado, quem se despediu dos gramados foi o armador Zé Roberto, aos 43 anos, tendo participação decisiva na fase vencedora recente do Palmeiras. Também aos 43, depois de carreira de destaque na Europa, o goleiro Dida, ex-Cruzeiro, pendurou as chuteiras no Internacional, em 2015. Outro que alongou a presença nos gramados foi o volante Toninho Cerezo, que jogou pelo Atlético até os 42, encerrando sua vitoriosa carreira em 1997.
Quem resiste
Jogador Posição Clube Idade
Fábio goleiro Cruzeiro 38
Magrão goleiro Sport 41
Leo Moura lateral-direito Grêmio 40
Leonardo Silva zagueiro Atlético 39
Lucho González volante Atlético-PR 37
D’Alessandro armador Internacional 37
Ricardo Oliveira atacante Atlético 38
Quem se despediu neste ano
Jogador Posição Clube Idade
Jefferson goleiro Botafogo 35
Renato volante Santos 39
Marquinhos armador Avaí 37
Danilo armador Corinthians 39
Emerson Sheik atacante Corinthians 40