A pedido da CBF, a TV Globo cedeu e o futebol brasileiro será transmitido às 21h30, a partir de fevereiro do ano que vem. Na verdade, a emissora já havia passado os jogos das 22h para 21h45, mas percebeu que é uma necessidade do brasileiro jogos mais cedo e resolveu começar as partidas às 21h30. Eu sonho com o modelo europeu, onde as partidas começam às 20h. E olha que no Velho Mundo há transporte público de qualidade e toda a segurança possível. No Brasil, 65 mil pessoas são assassinadas todos os anos, por arma de fogo ou arma branca, numa violência desenfreada. Os números são alarmantes e a gente sabe que quanto mais tarde, pior. Claro que a televisão paga pelo produto futebol e tem que olhar seu lado, o da audiência. Porém, Roberto Marinho Neto, que hoje comanda o Grupo Globo, sentou-se com o presidente eleito da CBF, Rogério Caboclo, há algum tempo, para definir essa questão, atendendo ao pedido da entidade, em prol do torcedor.
Tenho conversado com Rogério Caboclo, aberto ao diálogo, que gosta de ouvir as opiniões dos mais experientes. Percebo nele um modelo de dirigente moderno, que vislumbra pôr o futebol brasileiro num patamar superior ao que se encontra. Já houve muitos avanços, mas ele promete uma gestão dinâmica e austera. A CBF está aberta aos ex-jogadores, técnicos, dirigentes, jornalistas, aos jogadores atuais e ao público em geral. Não existe caixa-preta, nem tampouco informações desencontradas. O presidente eleito, Rogério Caboclo, hoje executivo da entidade, e o secretário-geral, Walter Feldman, têm ouvido ex-jogadores, buscando soluções para os problemas enfrentados pelo futebol do nosso país. Um fato que os deixou animados foi a média de público dessa temporada no Brasileirão. A maioria dos grandes clubes teve sua média bastante aumentada, o que prova que a competição está atingindo um nível melhor.
Particularmente, acho que o nível técnico do nosso futebol precisa de uma repaginada. Os clubes necessitam investir nas divisões de base, como apoio para a formação de grandes times. No passado era assim. Por que não voltarmos a esse modelo, que sempre deu certo.? Repatriar jogadores do exterior não é uma gestão correta. Os clubes gastam o que têm e o que não têm, numa posição equivocada. Pagam salários irreais, em nível de Europa, e a maioria dos jogadores não dá o retorno esperado. Temos que mudar essa postura.
Sou um crítico ferrenho da TV Globo, quando ela visa apenas seus lucros e pouco se importa com o torcedor. Porém, quando acena com a redução do horário dos jogos, tenho que aplaudi-la e dizer que é um grande começo para chegarmos ao horário de 20h. É sabido que num futuro bem próximo, TVs abertas não passarão futebol. A transmissão dos espetáculos será de exclusividade das tevês fechadas, principalmente com o pay-per-view, e com isso os jogos deverão começar as 20h. Nesse ponto, parabenizo meu amigo, Roberto Marinho Neto, com quem tenho ótima relação desde 2005, quando viajamos com a delegação brasileira para um jogo da Seleção, em Buenos Aires, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2006, em voo fretado. Acho que estamos achando um caminho de diálogo e isso passa pela gestão da CBF, com transparência e qualidade. Toda iniciativa em prol do torcedor terá meu aplauso e meu aval, pois ele é o dono do espetáculo e, sem ele, não há futebol. Aos noveleiros, vale lembrar que, às quartas-feiras, a “novela das 8” terá um bloco menor, para privilegiar, justamente, o nosso torcedor. Tenho certeza de que a galera ligada na novela vai entender.
Arrependimento
O técnico da Seleção Brasileira, Tite, disse estar arrependido de ter feito tantos comerciais, exibidos durante a Copa do Mundo. Disse que é uma exposição muito grande e que faria um ou dois, no máximo. Disse também que só aceitou renovar o contrato porque precisava dos quatro anos que terá pela frente para preparar o time para 2022. É sabido que Tite assumiu em 2016, no lugar de Dunga, quando o Brasil estava em sexto lugar nas Eliminatórias, levando o time canarinho à classificação antecipada. Na Copa, porém, não repetiu as boas atuações e foi eliminado naquele jogo com a Bélgica. Vale lembrar que o time brasileiro não fez nenhuma grande atuação e ficou bem abaixo do esperado. Tite levou vários jogadores machucados que não se recuperaram a tempo de ajudar o time brasileiro. Com certeza aprendeu com os erros e vai procurar corrigi-los nas próximas competições.