O “Galão da Massa”, como diz meu amigo Mário Henrique Caixa, um dos grandes narradores que temos, está na próxima fase da Libertadores. Venceu o Danubio, do Uruguai, por 3 a 2, gols de Luan e Ricardo Oliveira (2), descontando Grossmüller, de pênalti (inexistente), e Siles, ontem, no Independência lotado.
A diferença técnica entre uma equipe e outra é abissal. Se no jogo de ida o Galo empatou em 2 a 2, no de volta era sabido que o time uruguaio não suportaria a pressão nem tampouco a torcida fungando no cangote dos jogadores. Quando o maior e mais vencedor presidente da história do Atlético, Alexandre Kalil, criou aquele espaço, sabia que ali seu time era quase imbatível, e o presidente Sérgio Sette Câmara não abre mão de jogar no Independência. O Galo foi soberano. Fez 1 a 0 com Luan, em falha do goleiro uruguaio, e ampliou para 3 a 0, com dois gols de Ricardo Oliveira. O primeiro, numa penalidade sofrida por ele em jogada de velocidade. No segundo, em belo lançamento de Cazares, que o artilheiro recebeu e tocou após se livrar do goleiro: 3 a 0. Um erro do árbitro, que marcou penalidade inexistente de Patric, já que ele levantou o pé, mas não tocou no atacante uruguaio, fez o Danubio diminuir. E o pior é ouvir Carlos Eugênio Simon, comentarista de arbitragem da Fox, afirmar que foi pênalti. Simon é o mesmo que deixou de marcar um pênalti em Tchô, em 2007, contra o Botafogo, tirando o Galo de uma semifinal da Copa do Brasil. Quem mais errou no Brasil é sempre convidado para comentar arbitragem na TV. Simon é uma vergonha! E numa falha de Victor, Siles fuzilou de muito longe e diminuiu: 3 a 2. Ficou perigoso, pois mais um gol classificaria o time uruguaio. De uma vitória fácil, o Galo acabou complicando sua vida. Mas os “deuses do futebol” estavam de plantão e o Atlético está na próxima fase da Copa Libertadores. Mas que foi sofrido, isso foi. Se não for assim, não é Galo!
A defesa do século
Acordamos ontem com a triste notícia da morte de Gordon Banks, lendário goleiro, campeão do mundo em 1966 com a Inglaterra, aos 81 anos, decorrente de um câncer. Tive a honra e o privilégio de conhecê-lo, num amistoso entre Brasil e Jamaica, em Leicester, em 2003, quando ele estava em seu camarote (é um dos ídolos do clube) e passou pelo corredor. Não hesitei em tirar uma foto. Quem não se lembra daquela defesa histórica em 1970, na Copa do México, quando Pelé subiu no “nono” andar e cabeceou certeiro para o chão. A bola ia cruzando a linha do gol, quando Banks voou e fez a defesa do século! Imortalizada e lembrada por todos nós. A maior defesa que vi um goleiro fazer. O futebol nos proporciona coisas fantásticas, e conhecer Banks foi algo maravilhoso. Eu tinha apenas 10 anos quando vi aquela defesa pela TV, na época em preto e branco. Aquele lance jamais saiu da minha cabeça, e quando me vi frente a frente com o ex-goleiro, confesso que me emocionei. Assim como me emocionei ontem ao saber de sua morte. Fica aqui minha singela homenagem àquele que foi um dos maiores goleiros da história do futebol. Ele se foi, mas sua história está marcada no esporte bretão como um dos heróis do único título mundial do futebol inglês. Descanse em paz, Banks. Na nossa memória você está muito vivo e será eterno.