A exemplo de edições anteriores, os mais de 22 mil torcedores que pagaram ingresso para ver o Atlético em ação pela Copa Libertadores voltaram a viver momentos de emoção, seguidos de drama e festa. Depois de marcar três gols facilmente nos primeiros minutos, o Galo permitiu que o Danubio reagisse e quase complicou sua classificação à segunda eliminatória da competição. Mas, no fim, prevaleceu a qualidade da equipe mais experiente, com mais talentos individuais e conjunto. Mesmo no sufoco, o time mineiro confirmou a vitória por 3 a 2, no Independência, e assegurou sua presença na fase seguinte.
Com o resultado, que assegurou premiação de R$ 2 milhões, o Galo agora enfrentará o Defensor-URU, terça-feira, em Montevidéu. Os uruguaios avançaram mesmo com derrota por 1 a 0 para o Barcelona de Guayaquil-EQU. No primeiro duelo, os equatorianos ganharam por 2 a 1, mas o Defensor foi declarado vencedor por 3 a 0, já que o adversário escalou um jogador irregularmente.
Mostrar futebol ofensivo era tudo o que o técnico Levir Culpi desejava para que a simbiose entre torcida e alvinegro pudesse funcionar perfeitamente ontem. Algo de positivo que ficou na difícil vitória foi o entrosamento dos atletas de frente. Ricardo Oliveira e Cazares chamaram a atenção pela qualidade, e Luan se destacou pela vibração na marcação nos primeiros minutos.
Além de o Atlético ter batido a marca de 400 gols no novo Independência (401), o triunfo levou o centroavante Ricardo Oliveira a se tornar o sexto maior artilheiro brasileiro em Libertadores ao lado de Tita e Marcelinho Carioca, superando Pelé e Robinho, chegando a 18.
O zagueiro Réver comemora a classificação, mas alerta os companheiros sobre as falhas: “Hoje (ontem) foi um teste para cardíaco. Conseguimos envolver bem no primeiro tempo, mas, quando nos acomodamos um pouco, tomamos dois gols, dificultando nossa tarefa. Sofremos, mas temos de valorizar a classificação. Alcançamos nosso objetivo, mas não podemos ficar dando sopa para o azar. Uma hora a sorte muda de lado e podemos ficar pelo caminho”.
Levir reconheceu a queda de produção do Galo e, no entanto, preferiu valorizar a classificação: “Demoramos para matar o jogo. Não sei se a goleada por 3 a 0 passou tranquilidade.
Nos primeiros 45 minutos, o que se viu foi um Galo vibrante, que procurou o gol com a intenção de encurralar o adversário em seu campo de defesa e não permitir espaços em contra-ataques. O primeiro a marcar foi Luan, aproveitando rebote de Cristófaro em chute de Cazares. E Ricardo Oliveira levou a melhor em novo duelo com o goleiro uruguaio. Depois de marcar um gol de pênalti que ele mesmo sofreu, o camisa 9 balançou as redes de novo ao receber belo lançamento de Cazares e driblar o camisa 1. “Fizemos um grande primeiro tempo, com infiltração, tabelas e jogadas pelos lados.
A defesa atleticana falhou somente uma vez na etapa inicial, num lance que Patric cometeu pênalti em Onetto – Grossmüller diminuiu o placar. Titular mais questionado pela torcida, Patric acabou sendo sacrificado por Levir Culpi por causa do cartão amarelo recebido no lance (corria risco de ser expulso) e foi substituído por Guga no intervalo. O jovem de 20 anos, ex-Avaí, que jamais havia enfrentado um adversário de Série A, estreou numa partida de Libertadores.
TIME NERVOSO O drama de fato começou quando o volante Siles venceu o goleiro Victor em belo chute de fora da área. O goleiro falhou. Caso tomasse mais um gol, os 3 a 3 representariam eliminação. A partir daí, a torcida pediu raça dos titulares, temendo que a vaga fosse perdida. O jogo ficou mais nervoso, com vários cartões distribuídos em sequência – Fábio Santos, Olivera, Elias, Gutiérrez e Ferreira foram advertidos após faltas violentas.
O ímpeto ofensivo do Danubio diminuiu aos poucos, o que em parte tranquilizou a torcida. O Galo até teve a chance de consolidar a vitória nos últimos minutos, mas Cazares desperdiçou duas boas chances – uma delas caprichosamente explodiu no travessão – e Cristófaro salvou ao defender um tirambaço de Ricardo Oliveira. Ao fim, no sufoco, a torcida fez a festa.
FICHA TÉCNICA
Atlético 3 x 2 Danubio
Atlético: Victor; Patric (Guga, intervalo), Réver, Igor Rabello e Fábio Santos; Adílson, Elias (Zé Welison 28 do 2º), Cazares, Luan (Maicon Bolt 31 do 2º) e Chará; Ricardo Oliveira
Técnico: Levir Culpi
Danúbio: Cristófaro; Sergio Felipe, Ramírez (Gahn 39 do 2º), Goñi e Sosa; Siles, Gonzalo Montes, Olivera (Ferreira 33 do 2º) e Onetto; Grossmüller e Rodríguez (Gutiérrez 31 do 2º)
Técnico: Marcelo Méndez
Fase preliminar da Libertadores
Estádio: Independência
Gols: Luan 14 e Ricardo Oliveira 25 e 27 e Grossmüller 46 do 1º; Siles 12 do 2º
Árbitro: Patrício Loustau (ARG)
Assistentes: Diego Bonfá e Ezequiel Brailovsky (ARG)
Cartão amarelo: Patric, Fábio Santos, Olivera, Elias, Gutiérrez e Ferreira
Pagantes: 22.205
Renda: R$ 772.179
ATLETICANAS...
Tardelli no Grêmio
O Grêmio oficializou ontem a contratação do atacante Diego Tardelli, de 33 anos. O jogador, que estava sem clube desde a saída do Shandong Luneng, da China, no início deste ano, foi um pedido do técnico Renato Gaúcho. Ele assinará contrato por três temporadas e segundo o portal Uol vai receber R$ 900 mil de salário. O tricolor superou a oferta do Atlético para fechar com o atacante, que deve chegar hoje a Porto Alegre.
Salários atrasados
Pela segunda vez consecutiva em 2019 o Atlético está com salários atrasados. A informação foi dada de forma indireta pelo técnico Levir Culpi ao ser questionado com relação à ida do atacante Diego Tardelli para o Grêmio – o jogador interessava ao Atlético, mas a pretensão salarial impediu o acerto. “Todo mundo gostaria de contar com ele (Tardelli). Mas prefiro que o grupo esteja com os salários em dia, o que não está. Ele ganha R$ 1 milhão por mês.