A 8ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) ofereceu denúncia, em 11 de janeiro, contra o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, por suposta ameaça de morte ao ex-dirigente celeste Bruno Vicintin. Segundo a assessoria de imprensa do MP, a denúncia tem como base o artigo 147 do Código Penal: ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave. A pena varia de detenção de um a seis meses ou multa.
O MP-MG marcou audiência para 16 de abril, que poderá resultar na suspensão do processo por dois anos. Segundo o Ministério Público, isso só pode ocorrer se o acusado não estiver respondendo a outro processo ou não tenha sido condenado por outro crime. Isso está previsto no artigo 89 da Lei 9.099/95, que lista as seguintes condições caso a proposta de suspensão seja aceita pelo acusado: reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; proibição de frequentar determinados lugares; proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização do juiz; comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Três audiências foram marcadas na tentativa de composição cível e transação penal, em 27 de julho, 25 de setembro e 4 de dezembro de 2018, mas, de acordo com o MP, o réu não compareceu a nenhuma, enviando só advogado. Em contato com a reportagem, Bruno Vicintin se limitou a dizer que “este assunto diz respeito ao MP-MG, já que foi ele que ofereceu a denúncia”. Itair Machado, que não respondeu até a publicação desta matéria.
O CASO Em novembro de 2017, momento em que os bastidores políticos do Cruzeiro estavam agitados pela disputa presidencial, Vicintin afirmou ter sido ameaçado por Itair durante chamada para o telefone do então primeiro vice do clube José Francisco Lemos Filho, no meio de uma reunião que contava com integrantes da diretoria anterior e atual, além de conselheiros do clube. “Lemos, eu odeio o senhor Bruno Vicintin e quero que você dê o recado a ele, que se ele não parar de falar de mim na internet eu vou matar ele”, foram as palavras de Itair, segundo relatado por Vicintin no boletim de ocorrência. O documento foi protocolado 10 dias depois do ocorrido porque Vicintin disse ter sido aconselhado pelos dirigentes a “esfriar a cabeça” e deixar o assunto de lado. Na ocasião, Itair negou ter ameaçado Vicintin e disse que entraria com uma representação contra o ex-dirigente por calúnia e difamação.