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Kelen Cristina: De quem é a culpa?

No caso do Atlético, o técnico Levir Culpi foi o principal (mas não o único, ressalte-se) alvo das críticas depois da partida contra os paraguaios


postado em 08/03/2019 05:02

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

 

 

Derrotas (no futebol e na vida) costumam trazer, a reboque, uma insaciável caçada a culpados. No afã de tentar entender o que deu errado e, principalmente, o que levou ao revés, pipocam por todo lado teses que enquanto separadas servem apenas para isolar problemas que, na verdade, são coletivos. Mas que, juntas, até ajudam a montar um quebra-cabeças bem factível. A coluna Tiro Livre de hoje é uma compilação de alguns desses argumentos discutidos nas redes sociais, nas mesas de bares, nas conversas entre amigos e familiares assim que o árbitro apitou o final de Atlético 0 x 1 Cerro Porteño, na noite de quarta-feira, no Mineirão.

Se nos contos de suspense o culpado mais óbvio de qualquer crime é o mordomo, no futebol a figura do treinador é a primeira a receber as bordoadas. No caso do Atlético, o técnico Levir Culpi foi o principal (mas não o único, ressalte-se) alvo das críticas depois da partida contra os paraguaios. E vamos combinar que ele próprio tem se colocado nessa posição desde que retornou ao clube. Escalações contestadas, substituições mais ainda, ironias nas entrevistas pós-jogo, sobretudo quando se sente contrariado com alguma pergunta: um conjunto que não ajuda muito, ainda mais quando o time não tem atuações consistentes. Aliás, a gente acaba até se perguntando se seriam causa ou consequência das exibições ruins.

Quase ninguém entendeu o esquema com três volantes escolhido para o jogo contra o Cerro. Não quer dizer que tal formação seja sempre defensiva, isso depende muito da característica dos jogadores – ainda mais que, no Galo, Elias há muito deixou o posto de marcador para atuar mais solto, avançado. O problema é que na noite de quarta não deu certo. De certa forma, a equipe alvinegra ficou engessada numa partida em que o cenário pressupunha estratégia totalmente diferente: jogar na empolgação da torcida, que voltava ao Gigante da Pampulha de esperança renovada na fase de grupos da Libertadores, já que as apresentações nas etapas preliminares do torneio continental não tiveram lá muito brilho. O contexto pode até mudar, mas, hoje, o Atlético não dá perspectiva de ir muito longe no torneio continental.

Outro ponto muito contestado – e desse eu discordo – foi a escolha do Mineirão. Para muita gente, era jogo para o alçapão do Horto, pela pressão que a torcida iria imprimir sobre o Cerro e até mesmo sobre o Atlético. Não acho que interferiria no resultado, até porque o alvinegro já caiu, na própria Libertadores, no Independência. Acredito que a simbiose torcida-time precisa de ser mão dupla, bem ao efeito Tostines: os torcedores se empolgam na arquibancada porque a equipe mostra qualidade e determinação em campo, da mesma forma que a equipe mostra qualidade e determinação em campo no embalo da empolgação dos torcedores na arquibancada. E isso independe de estádio. A mudança que de fato seria determinante no placar era muito mais técnica e tática. Tinha de ser no espírito, na pegada, na velocidade do jogo, no acerto na troca de passes, na aproximação com Ricardo Oliveira, na compactação.

Por fim, as cobranças em cima de jogadores individualmente. Falar sobre Patric é praticamente chover no molhado – é a crítica mais óbvia entre as escolhas de Levir. Fábio Santos está devendo desde o ano passado, com atuações abaixo do que já mostrou. Tenho um amigo atleticano que mora no Rio de Janeiro que considera as cobranças sobre o goleiro Victor (foto), de forma geral, muito amenas. Acha Victor irregular e inseguro, e cobra postura mais crítica da imprensa mineira (inclusive da colunista aqui) em relação ao goleiro. Victor foi mal no lance do gol paraguaio? Foi. Mas escrevo aqui o que disse a ele: tirar Victor do gol, na minha visão, não solucionaria os problemas do Atlético. Mesmo em má fase, ainda é a menor dor de cabeça no Atlético, numa engrenagem que necessita de vários ajustes, inclusive na defesa. Tão culpado quando Victor foi Réver, tanto que Churín, autor do gol, empurrou a bola para o fundo da rede meio sem querer.

Fato é que não dá para apontar o dedo em só um desses elementos e fechar questão. Ela não se simplifica dessa forma. Mas se você juntar um pedacinho de cada opinião, pode até compreender o cenário como um todo. No fim das contas, todo mundo tem um pouco de razão, mas ninguém sozinho tem toda a razão.

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