Porto – Volto a essa cidade maravilhosa, com um povo acolhedor e muito receptivo. A última vez em que estive aqui foi em 29 de março de 2003. Portugal venceu o Brasil por 2 a 1, ainda no antigo Estádio das Antas. Hoje, bem moderno, chama-se Estádio do Dragão. Deco era um dos protagonistas do time português e foi a primeira vitória de Portugal sobre o Brasil, depois de 37 anos, feito comemorado aqui como se fosse uma Copa do Mundo. Eu adoro Portugal. Tanto faz Lisboa, Cascais ou Porto. Essa gente aqui é nossa, é acolhedora, nos trata como verdadeiros irmãos. E somos, afinal, fomos descobertos por Pedro Álvares Cabral, em 1500. Só lamento que tenham mandado tantos bandidos pra nossa terra. Outro dia escrevi isso e um português, que vive aí no Brasil, acabou comigo. O gajo ficou furioso. Diz um velho ditado que “quem diz a verdade não merece castigo”, portanto, como todos que me conhecem, sou verdadeiro. Não foram só bandidos portugueses. Na colonização, holandeses também mandaram essa praga para o Brasil. Talvez isso explique a mania do povo em querer levar vantagem em tudo ou os políticos corruptos que temos. Políticos esses tão idiotas que os que não estão presos têm vergonha e medo de sair às ruas e encarar a ira do povo.
O motivo de eu estar aqui no Porto, mais uma vez, é a Seleção Brasileira. Teremos um amistoso contra o Panamá, sábado, no Estádio do Dragão. Muitos perguntarão: “Por que não contra a Seleção Portuguesa, do gênio Cristiano Ronaldo?”. Simplesmente porque eles estão na semifinal da Liga das Nações e não querem nos enfrentar agora. Eu também não acho o Panamá um adversário à nossa altura, mas os europeus têm medo de nos enfrentar. Dessa forma, temos que jogar, pôr o time em campo, e prepará-lo para a Copa América. Ao contrário de Tite, eu não convocaria jogadores fracassados na Seleção: Thiago Silva, Daniel Alves, Paulinho, Fernandinho e Renato Augusto. É hora de renovar, de dar experiência aos jovens, de acreditar em Vinícius Júnior, que está fora, por contusão, Davi Neres, que estará aqui, Pedro, do Fluminense, também lesionado, Richarlyson, Arthur, do Barcelona, e tantos outros jovens promissores.
A conquista da Copa América será mais uma na galeria de troféus da Seleção Brasileira. Jogar bonito e resgatar nosso verdadeiro futebol é o mais importante neste momento. Se pudermos ganhar jogando bem, melhor ainda. Ao contrário do que a imprensa noticia, Tite não cairá em caso de eliminação na competição. O objetivo da CBF é mantê-lo até 2022, pois o trabalho nas Eliminatórias agradou e foi ofuscado pela Copa do Mundo da Rússia. Não sei em que ponto Neymar e Philippe Coutinho se apresentarão para a Copa América. Em boa forma, acho que os dois serão fundamentais. Neymar precisa resgatar sua autoestima. Precisa voltar a ser feliz na Seleção, a sorrir e vibrar. Depende mais dele do que da gente. Tem talento e bola, resta saber se vai abandonar as colunas sociais e entrar em campo.
Aqui nessa terra lusitana há um ídolo chamado Cristiano Ronaldo. Eu não diria que ele é mais que Eusébio, o maior jogador da história do país. Porém, Ronaldo ganhou a Eurocopa, com Portugal, em 2016, carregando a Seleção nas costas. Eusébio, para quem não sabe, era moçambicano, uma antiga colônia de Portugal. Mas, até hoje, é considerado o maior ídolo do país. Claro que com a internet, as redes sociais, Cristiano Ronaldo virou um fenômeno por tudo o que produz em campo. Uma máquina de fazer gols da Champions League, um profissional exemplar. Primeiro a chegar, último a sair dos treinamentos. Daí vem o seu sucesso.
Pena que Portugal não quis nos enfrentar. Que venha o Panamá. Não me importa muito a qualidade do adversário, embora eu prefira enfrentar os mais fortes. Porém, se o Brasil jogar bem, bonito e com bola na rede, ficarei feliz. Sempre digo que, vestiu a amarelinha, sou mais Brasil. Pra fechar, acho que Tite deveria se conscientizar de que não será demitido em caso de fracasso na Copa América e, assim, testar os garotos agora.