A primeira rodada da Copa América terá prosseguimento hoje, com duas partidas que vão atrair o interesse dos brasileiros por motivos distintos. Às 16h, Venezuela e Peru tentam arrancar com vitória no Grupo A, o mesmo da Seleção Brasileira, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Às 19h, será a vez de observar a Argentina de Messi encarar a Colômbia de James Rodríguez, na Fonte Nova, em Salvador. O confronto que pode ser decisivo para a classificação do Grupo B, que também tem Paraguai e Catar, que estreiam amanhã.
“Em um campeonato como este não tem adversário fácil. A Colômbia tem coisas muito boas e tomaremos cuidado, mas precisamos fazer o nosso jogo. Somos um time em que todos trabalham, do primeiro ao último jogador; todos sabem o que têm que fazer em campo. Quero que as pessoas se sintam identificadas com este time”, argumenta o técnico Lionel Scaloni, que assumiu no lugar de Jorge Sampaoli (atualmente no Santos), de quem foi auxiliar até a Copa do Mundo da Rússia. Carlos Queiroz, comandante do tme colombiano, também fala em busca de identidade. E já pensa além do duelo desta noite. “Todas as seleções têm algo mais a mostrar adiante, durante a competição.
Este jogo é o primeiro de três tempos. Temos que ser inteligentes e torcer para dar de tudo em campo”, afirma o treinador português, que se diz fã do futebol sul-americano. “Sempre foi um sonho para mim treinar na América do Sul, pela qualidade dos jogadores. É um lugar onde o futebol é mágico, há muita técnica, fantasia e criatividade. É uma honra”. Ele demonstrou ter estudado o torneio: “A Copa América é a mais antiga e mais difícil competição continental. São 45 edições, 15 copas do Uruguai, 14 da Argentina e oito do Brasil, que sempre que jogou em casa ganhou. E nós, com muita confiança, tentando entrar entre os melhores. É um sonho que temos também”.
EMPENHO Apesar de não serem apontadas como favoritas ao título, Venezuela e Peru também sonham com com a façanha de erguer a taça. E sabem que para isso é importante largar bem, ainda mais em uma chave que tem o Brasil. “Vamos encarar um rival duríssimo, direto. Sabemos que eles têm muito poder ofensivo, com Paolo (Guerrero) e Cristian Cueva, que são homens-chaves. Temos que cuidar bem deles”, diz o lateral Roland Hernández, que atua no Stabaebk, da Noruega. Para o goleiro Fariñez, o atacante do Internacional, que já defendeu também Corinthians e Flamengo no futebol brasileiro, merece atenção especial: “Temos de tomar cuidado com ele.
Vai ser uma partida muito difícil, precisamos estar concentrados”. Pelo lado peruano, o flamenguista Trauco também ganha elogios. “Trauco é um jogador de muita técnica, assim como o Cueva. São jogadores importantes para a seleção. Estão bem, felizes. Paolo (Guerrero) é uma figura peruana muito importante aqui (no Brasil) também. Como pessoa, é nota 10. Como jogador, também. É um goleador”, destaca o armador Flores.
E mais...
Barrabravas
Dois argentinos foram impedidos de entrar no Brasil para a Copa América. Eles foram identificados no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e enviados de volta para a Argentina. Segundo o diário Clarín, Germán Cena e Ernesto Chazarreta são líderes de Los Dengues, grupo de torcedores do Almirante Brown, clube da Segunda Divisão, e fazem parte de uma lista de 5.400 nomes de torcedores com histórico de violência entregue pelo governo argentino às autoridades brasileiras.
Passeio por São Paulo
O ex-goleiro colombiano Higuita e o ex-atacante argentino Caniggia se encontraram ontem no Brasil, onde vieram acompanhar a Copa América. “Pelas ruas de São Paulo com meu grande amigo Claudio Caniggia”, escreveu, em uma rede social, o ex-arqueiro, que postou uma foto da dupla. Higuita nunca conquistou a competição, mas marcou gol na edição de 1989, disputada também em território brasileiro – foi autor do primeiro da Colômbia na vitória por 4 a 2 sobre o Equador. O jogo foi na Fonte Nova, palco da partida de hoje. Já Caniggia levantou a taça de campeão em 1991, no Chile, em final contra o Brasil.
Olho no Catar
Última delegação a chegar ao Brasil para a Copa América, a Seleção Paraguaia pisou em solo brasileiro no fim da noite de ontem com objetivo claro: usar o torneio para se preparar para as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo do Catar. Fora dos dois últimos Mundiais (Brasil'2014 e Rússia'2018), o Paraguai tem como prioridade voltar a disputar uma Copa. Para isso, o técnico Eduardo Berizzo está renovando a equipe.