Uma jogada que já foi mortal tem sido pouco efetiva para o Atlético nesta temporada: as cobranças de escanteios. Mesmo que conte com jogadores especialistas em bater na bola com efeito e zagueiros altos para a conclusão, os gols nesse tipo de jogada rarearam: foram apenas cinco de 68. A carência, inclusive, tem sido trabalhada pelo técnico Rodrigo Santana nos últimos treinos.
Na vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 0, quarta-feira, pela Copa do Brasil, por exemplo, o Atlético teve a seu favor 12 escanteios, porém, não concluiu bem as oportunidades. As falhas foram atribuídas às cobranças dos estrangeiros Cazares e Otero, que quase sempre chegaram às mãos do camisa 1 celeste ou foram aliviadas pela zaga celeste. Desta forma, os defensores atleticanos, que estão entre os mais altos do país – Réver tem 1,92m e Igor Rabello, 1,91m – não tiveram a possibilidade de finalizar.
Rodrigo Santana vê necessidade de o problema ser resolvido o mais rápido possível para que o Galo tenha uma jogada forte para chegar aos gols: “Temos dois bons batedores. Treinamos bastante as jogadas ensaiadas de escanteios, mas eles preferem colocar direto no gol adversário. Temos o Leo e o Réver, que são os nossos melhores cabeceadores. Precisamos explorar mais isso. É uma cobrança que fazemos há muito. Precisamos ser mais decisivos”.
Nesta temporada, o Galo marcou diretamente de escanteio apenas uma vez no Brasileiro, sob o comando de Santana: Jair fez de cabeça na vitória sobre o Ceará por 2 a 1, em 4 de maio, depois de cobrança de Cazares. Os demais saíram no Campeonato Mineiro, com Levir Culpi no banco – Ricardo Oliveira, Leonardo Silva, Alerrandro e Réver balançaram as redes.
Além de Réver e Igor Rabello, o Galo conta com zagueiros reservas altos, como o próprio Leonardo Silva (1,92m) e Maidana (1,96m), além do atacante Ricardo Oliveira (1,86m). A falta de boas finalizações nessas jogadas, muitas vezes, acaba por irritar os torcedores no Independência. Esse tipo de lance foi muito explorado pelo Galo de 2012 a 2014, tempos em que Ronaldinho Gaúcho cobrava os escanteios na medida para que Réver e Leonardo Silva mandassem para o fundo das redes.
BRASILEIRO Uma chance de a equipe se sair bem novamente nos escanteios será na partida contra o Fortaleza, amanhã, às 16h, no Independência, pela 11ª rodada do Brasileiro. Depois de vencer a Chapecoense por 2 a 1, na rodada passada, o Galo tenta se manter no grupo dos primeiros colocados, que garantem vaga na Libertadores de 2020.
Mesmo que ainda tenha a Copa Sul-Americana, Rodrigo Santana afirma que é possível pensar em papel de destaque no Nacional: “Não podemos desperdiçar pontos em casa. Os clubes que estão acima precisam focar simultaneamente a Libertadores e o Brasileiro. E nós temos de focar a zona dos primeiros. Temos de entrar firmes e fortes. Acredito que, com as semanas cheias, depois da saída da Copa do Brasil, podemos ter atenção melhor no Brasileiro”.
O treinador sabe que, diante do Fortaleza, a equipe terá de imprimir a intensidade mostrada contra o Cruzeiro: “Não pode ser diferente. Temos que nos manter na zona de classificação, fazer grande jogo, cobrar, correr o que corremos diante do Cruzeiro. A intenção é estar motivado em todas as partidas. Este é o Atlético, que corre, briga, acredita até o fim”.
Homenagens a Adilson
O Atlético fará uma série de homenagens ao ex-volante Adilson, que anunciou a aposentadoria dos gramados na semana passada em decorrência de problema cardíaco. Antes da partida contra o Fortaleza, ele receberá uma camisa personalizada e uma placa de agradecimento do clube, destacando o profissionalismo e a raça dedicados ao Galo. Adilson entrará em campo com os ex-companheiros, perfilará para o Hino Nacional e vai dar o pontapé inicial do jogo. Os integrantes da comissão técnica usarão camisas com o nome do ex-jogador e o número 21 às costas. Desde segunda-feira, Adilson faz parte da comissão técnica do alvinegro.