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Estado de Minas

Bronca merecida

Em jogo de três pênaltis, Atlético abre 2 a 0 no Horto, permite reação do Fortaleza e sai de campo com o 2 a 2. Torcida não perdoa e vaia a equipe. Cobrança também no vestiário


postado em 22/07/2019 04:15

Aos 36min do segundo tempo, o atacante Luan cobrou mal pênalti, desperdiçando o que poderia ser o terceiro gol alvinegro na partida (foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Aos 36min do segundo tempo, o atacante Luan cobrou mal pênalti, desperdiçando o que poderia ser o terceiro gol alvinegro na partida (foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Poderia ter sido daquelas tardes de futebol envolvente do Atlético e até de goleada, com muitas chances criadas, intensidade e festa da torcida no Independência. Mas, numa partida no mínimo estranha, o time alvinegro se complicou ao abusar do direito de perder gols (inclusive duas cobranças de pênalti no segundo tempo) e ficou num decepcionante empate por 2 a 2 com o Fortaleza, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado freou a reação do Galo na competição, impedindo-o de diminuir a distância para o líder, Palmeiras.

Mais do que a frustração, o jogo de ontem foi daqueles em que o torcedor atleticano teve momentos de raiva da equipe – os jogadores deixaram o campo sob pesadas vaias. O alvinegro faziam partida tranquila, abriu 2 a 0 no placar em poucos minutos, mas errou muito na defesa e no ataque e permitiu que os cearenses chegassem ao empate heroicamente na etapa complementar.

A árbitra Edna Alves Batista roubou a cena, principalmente na marcação de três pênaltis. No primeiro tempo, recorreu ao árbitro de vídeo (VAR) Paulo Roberto Alves para assinalar falta em Elias na área do Fortaleza minutos depois de o volante ter sido derrubado. No segundo, confirmou penalidade em André Luís, gerando muita reclamação dos jogadores do Galo. Por fim, marcou pênalti duvidoso em Alerrandro. Mais uma polêmica: o goleiro Felipe Alves defendeu a cobrança do camisa 44 e Edna Alves mandou voltar o lance, já que o arqueiro havia se adiantado. Luan então tomou a bola para bater, cobrou muito mal e Felipe Alves defendeu novamente.

Não faltou bronca para o grupo. A conversa do técnico Rodrigo Santana com os jogadores durou quase uma hora. Foi possível ouvir berros de cobrança do capitão Réver no vestiário. “Faltou o gol. A gente cobrou no vestiário que faltou responsabilidade no ataque. E nem falei do pênalti que voltou. Na pior das hipóteses, sairíamos com o 3 a 2. Precisamos ser mais decisivos. Poderíamos estar em terceiro lugar”, afirmou o treinador.

A decepção tomou conta da equipe. O zagueiro Igor Rabello disse que o Galo terminou o jogo com sentimento amargo: “Não aproveitamos as oportunidades, perdemos uma pancada de chances. Perdemos um pênalti e voltou. Perdemos o segundo. Precisamos nos cobrar, matar logo a partida. Futebol é isso. O outro time faz o gol e mata o jogo. Terminamos com gosto de derrota”.

Para o armador Geuvânio, toda a equipe deve refletir para que os erros não sejam repetidos: “É complicado. Começamos muito bem, mas tomamos dois gols que nos prejudicaram. Após o empate, ficou muito difícil. Foi um dia para esquecer, até peço desculpa para o torcedor. Temos de trabalhar para que isso não volte a ocorrer”.

O lance mais bizarro foi o gol contra do volante Juninho, que encobriu o próprio Felipe Alves ao tentar recuar uma bola de longa distância. A própria torcida do Galo ficou sem entender o lance, que originou o primeiro gol da partida. O cenário apontava, então, para uma goleada histórica, com base no volume de jogo e na intensidade na marcação alvinegra, o que vem sendo cobrado insistentemente por Rodrigo Santana. Mas o time mineiro desperdiçou pelo menos seis chances claras nos 90 minutos – somente Alerrandro e Geuvânio perderam duas, cada.

MISSÃO NO RIO Depois da decepção em casa, agora a missão do Atlético é fazer bom jogo contra o Botafogo, quarta-feira, às 21h30, no Engenhão, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana – o duelo de volta será na semana que vem, no Horto. O goleiro Victor é a principal preocupação do alvinegro. Ele foi desfalque de última hora ontem, por causa de uma tendinite no joelho esquerdo e passou por ressonância para detectar se há problema mais grande. O resultado sai hoje à tarde. Caso não possa atuar no Rio, o Galo obrigatoriamente terá de inscrever outro goleiro na Sul-Americana, pois Michael, terceira opção para a posição, passou por cirurgia na semana passada no ombro direito.

Homenagem a Adilson
 
O ex-volante Adilson foi o principal personagem antes do jogo de ontem. Recém-aposentado dos gramados em decorrência de problema no coração, ele foi homenageado pela diretoria atleticana com uma placa e deu o pontapé inicial da partida, sendo abraçado pelos companheiros e aplaudido pela torcida, Emocionado, foi às lágrimas. “Foi um momento muito difícil e está sendo ainda. Vários clubes prestaram homenagens e passaram apoio, assim como os atletas, e a torcida comparecendo e comprando a ideia. Não esperava tudo isso. É o que fica da minha carreira”, ressalta o ex-jogador, que se tornou auxiliar do técnico Rodrigo Santana e pretende fazer cursos para se aprimorar na nova função. Funcionários e integrantes da comissão técnica também vestiram uma camisa especial, com o número 21 nas costas, o mesmo que Adilson usava em campo.

Cruzeiro de olho
O encerramento da 11ª rodada do Brasileiro, hoje à noite, interessa diretamente ao Cruzeiro. No Morumbi, São Paulo e Chapecoense se enfrentam às 20h (Sportv) e, se a equipe catarinense no máximo empatar, a Raposa fica fora da zona de rebaixamento. O Tricolor Paulista tenta acabar com jejum de oito jogos sem triunfo, sendo seis pelo Brasileiro. A Chape também precisa desesperadamente de vencer, já que esse é o único resultado que a tira do grupo da degola. No principal duelo de ontem, Corinthians e Flamengo ficaram no 1 a 1, no Itaquerão. Em entrevista após a partida, o treinador rubro-negro Jorge Jesus condenou o protesto da torcida no sábado e saiu em defesa do armador Diego, um dos principais alvos: “ Diego continua sendo o melhor jogador da equipe. Hoje (ontem) ele mostrou o quanto é bom, o grande capitão que é”.

FICHA TÉCNICA

Atlético 2 x Fortaleza 2

Atlético
Cleiton; Guga, Igor Rabello, Réver e Hernández; Jair (Martínez 17 do 2º), Elias, Geuvânio (Luan 30 do 2º), Vinícius e Cazares (Chará 13 do 2º); Alerrandro
Técnico: Rodrigo Santana

Fortaleza
Felipe Alves; Tinga, Quintero, Roger Carvalho e Carlinhos; Juninho, Araruna, Romarinho (Marlon 52 do 2º) e André Luís (Gabriel Dias 42 do 2º); Kieza e Wellington Paulista
Técnico: Rogério Ceni

11ª rodada do Brasileiro
Estádio: Independência
Gols: Juninho (contra) 7 e Cazares 13 do 1º; Carlinhos 19 e Juninho 26 do 2º
Árbitra: Edna Alves Batista (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse e Neuza Inês Back (SP)
VAR: Paulo Roberto Alves Júnior (PR)
Cartão amarelo: Wellington Paulista, André Luís, Quintero e Hernández
Público: 16.043
Renda: R$ 292.563
Próximos jogos: Goiás (f), Cruzeiro (c) e Fluminense (c)

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