Os clássicos estaduais geralmente são marcados pelo mistério dos treinadores. Mas, no caso do confronto de amanhã entre Atlético e Cruzeiro, às 19h, no Independência, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, o suspense deve estar apenas de um lado: o do time celeste. Com o importante mata-mata de quarta-feira contra o Internacional, pelas semifinais da Copa do Brasil, o técnico Mano Menezes não indicou os titulares que enfrentarão o Galo no Horto. No alvinegro, embora não tenha divulgado a equipe, Rodrigo Santana deverá escalar o que tem de melhor para seguir entre os quatro primeiros do Nacional.
Em conversa com integrantes de uma torcida organizada, na porta da Cidade do Galo – que foi registrada em vídeo e circulou ontem nas redes sociais –, Santana comentou que o grupo atleticano “está mordido” . “Pelo que estou sabendo, eles devem vir com o time titular. O bicho está pegando do outro lado. O sentimento dos jogadores aqui é de ódio mortal. Naquele jogo em que a gente ganhou de 2 a 0 aqui, os caras entraram... Tinha nêgo que chorava no vestiário”, afirmou o treinador alvinegro.
Mesmo com o alto desgaste físico contra o Botafogo, na quarta-feira, pela Copa Sul-Americana, Rodrigo Santana não abrirá mão de mandar a campo força máxima. Após o clássico, o Galo terá 15 dias sem partidas nos meios de semana, o que garante maior período de recuperação aos atletas. O time só volta a campo pela Sul-Americana no dia 20, contra o La Equidad (COL), no Independência.
Quem está tendo a chance de atuar quer aproveitar a sequência. Animado por ter marcado gols contra o Botafogo, o armador Vinícius será titular pela quarta partida consecutiva. O jogador de 29 anos comemora as chances e projeta crescimento: “Todo jogador necessita de sequência para ganhar confiança. Vinha buscando meu espaço, mesmo jogando pouco”.
Um dos objetivos do alvinegro é a recuperação em casa no Brasileiro. Na competição, o Atlético já desperdiçou pontos como mandante diante do Palmeiras (derrota por 2 a 0), no Mineirão, e nos empates com São Paulo (1 a 1) e Fortaleza (2 a 2), no Horto. Por isso, vencer o Cruzeiro é considerado dever de casa para uma equipe que ainda almeja o título – está oito pontos distante do líder, Santos, que recebe hoje o Goiás. “No Horto sempre somos mais fortes. Quando se trata de clássico, não tem extracampo. Todo mundo quer vencer. E nós precisamos somar pontos em casa”, argumenta Rodrigo Santana.
A novidade no banco de reservas é o armador equatoriano Cazares, recuperado de conjuntivite e que não atua desde o jogo contra o Fortaleza. Ele reiniciou os treinos com a equipe na quinta-feira e poderá ser lançado no decorrer do segundo tempo. Já o goleiro Victor segue sem previsão de retornar, pois cumpre programação especial da comissão técnica para se recuperar de tendinite no joelho esquerdo.
OPÇÕES Mano Menezes deve mesclar titulares e reservas, pois na quarta-feira o Cruzeiro faz o confronto de ida das semifinais da Copa do Brasil, contra o Internacional, no Mineirão. Resta saber quais serão os titulares e os reservas. Tudo dependerá muito do que os fisiologistas detectarem por testes como o que mede o CK dos atletas, ou seja, quão desgastados fisicamente eles estão.
Na derrota para o Athletico, domingo, no Mineirão, por exemplo, nem o goleiro Fábio foi a campo, pois a prioridade era o duelo com o River Plate, pelas oitavas de final da Copa Libertadores. Porém, por se tratar de um clássico, mudar muito o time pode ser contraproducente em virtude da pressão que o rival deve fazer, até por atuar em casa.
Assim, se preservar um zagueiro, Mano não poupará o lateral que atua do mesmo lado. Já na armação, Thiago Neves e Robinho vêm recebendo atenção especial em função de problemas físicos. Apenas um deve começar, se é que algum deles será titular.
Na frente, Fred pode ganhar mais uma chance. Sassá também pleiteia a vaga, caso Mano não use um esquema sem homem de referência.
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