Jogadores do Atlético têm arriscado mais chutes de fora da área

O chute de longa distância do volante Elias aos 35min do segundo tempo que garantiu a vitória por 2 a 1 sobre La Equidad não foi mera coincidência dentro do novo estilo de jogo do Atlético. Desde que Rodrigo Santana assumiu o comando pós-demissão de Levir Culpi, arriscar ao máximo o tiro ao gol adversário tem sido uma das armas do time alvinegro, que obteve vitórias importantes ao longo do ano justamente por surpreender os goleiros das equipes rivais.

Embora muitos arremates não tenham encontrado o caminho das redes, a comissão técnica valoriza o fato de a equipe finalizar várias vezes durante um mesmo jogo. Diante de La Equidad, chutes de Jair, Cazares e Patric não acertaram o alvo, mas assustaram o goleiro Novoa – ao todo, o time finalizou 28 vezes durante a partida. O mesmo já havia ocorrido na vitória sobre o Fluminense (2 a 1) e até mesmo na derrota para o Athletico (1 a 0), em Curitiba. A estratégia já é um reflexo do padrão de jogo implantado por Rodrigo, que valoriza a capacidade de os alvinegros surpreenderem os adversários.

Elias já havia acertado o alvo no triunfo por 2 a 1 sobre o Vasco, em São Januário, em maio, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Mas o gol na terça-feira teve sabor especial para o volante de 34 anos: ele recuperou prestígio com a torcida depois de cometer pênalti infantil no primeiro tempo. O jogador entende que o lance tem tudo a ver com o trabalho feito no dia a dia nos treinos: “Fiquei muito feliz com o chute. É trabalho, muito treino. Sempre treinamos finalizações. O Rodrigo me cobra bastante para aproveitar esses chutes e me posicionar melhor. Já fiz bastante gols assim. Aqui no Galo até fiz poucos, marquei mais gols nas infiltrações. Temos que criar essas situações para ajudar a equipe a buscar as vitórias”.

Antes de Elias, o armador Vinícius já havia balançado as redes contra o Cruzeiro, pelo Brasileiro, num chute de fora da área que o goleiro Fábio não alcançou. Quem também marcou no clássico foi o lateral-direito Patric, que acertou o ângulo em outra vitória por 2 a 0, desta vez pela Copa do Brasil. Vinícius também já havia feito nos 2 a 0 sobre o Botafogo, pela Sul-Americana, e Cazares marcou de falta na goleada por 4 a 0 sobre o CSA, pelo Brasileiro. No banco, ainda há a opção de Otero, cujo chute venenoso é poderosa arma para a equipe.

O Atlético também contou com gols feitos de dentro da área, mas por causa da orientação dada aos jogadores para arriscar mais os chutes. Chará fez belo tento diante do Vasco, enquanto Vinícius superou Gatito Fernández e deu a vitória ao Galo por 1 a 0 contra o Botafogo, no Rio, pela Sul-Americana. Cazares já havia feito gol da entrada da área diante do Cruzeiro, aproveitando rebote do corte da zaga celeste.

Mesmo satisfeito com o aproveitamento dos chutes, Rodrigo Santana sabe que o time pode melhorar seu desempenho com muita dedicação nas atividades na Cidade do Galo: “Ficamos satisfeitos por criar chances. Se não estivéssemos criando, seria uma preocupação a mais. A ansiedade atrapalha. Faltou um pouco de lucidez (no último jogo) por essa ansiedade de querer fazer mais gols. Isso faz parte. É algo que vamos corrigindo nos treinos e com vídeo depois dos jogos”.

 

O Atlético fará conjuntamente o planejamento para os jogos de sábado contra o Bahia, pelo Brasileiro, e de terça-feira, diante de La Equidad, na Colômbia, pela Copa Sul-Americana. A ideia da comissão técnica é levar um time encorpado para os dois compromissos, dentro da estratégia de valorizar as competições no mesmo patamar. De acordo com o treinador, o armador Geuvânio deve ser titular contra o tricolor baiano. Ele ficou fora do banco na terça-feira para se dedicar à preparação física.

 

Éder Aleixo curiosamente foi lembrado numa postagem do Twitter em que a Fifa elogia o belo gol de fora da área do palmeirense Gustavo Scarpa, na vitória sobre o Grêmio por 1 a 0, pelas quartas de final da Copa Libertadores. A entidade usou o termo “Bomba de Vespasiano”, apelido do atual auxiliar do Atlético, para homenageá-lo como inspiração para o jogador do Verdão. A Fifa também citou outros atletas que também tinham chute forte, como os ex-laterais Branco e Roberto Carlos, o ex-armador Rivellino e o ex-atacante Adhemar (ex-São Caetano e que quase virou chutador na NFL).

A Conmebol divulgou ontem o início do cadastro de torcedores para a compra de ingressos para a decisão da Copa Sul-Americana, 9 de novembro, em Assunção – a reserva é feita por meio do site eventim.com.br/campaign/sudamericana-es/. Será a primeira vez em que a competição terá final única, repetindo o que será feito na decisão da Libertadores, marcada para o Estádio Nacional de Santiago. A entidade não divulgou o número de ingressos, mas apontou que serão quatro categorias de bilhetes à disposição dos torcedores. A mais barata delas, categoria 4, custa US$ 40 (cerca de R$ 160). Este é o mesmo valor da categoria 3 até o dia 11 de setembro, quando passará a custar US$ 60 (cerca de R$ 240). As entradas mais caras são as das categorias 2, que custa US$ 100 (cerca de R$ 400), e 1, com o ticket vendido a US$ 500 (cerca de R$ 2.000).

 

Morreu ontem, aos 57 anos, o técnico de futsal Milton Ziller, o Miltinho, que comandou o Atlético nas maiores conquistas dessa modalidade: campeão mundial em 1998 e bicampeão da Liga Nacional (1997 e 1998). Ele estava estava internado desde a semana passada no Hospital Santa Paula, de Passo Fundo-RS, onde trabalhava como treinador do Marauense. Há poucos dias, sofreu um AVC, passou por cirurgia e entrou em coma. Comandou o alvinegro por quatro anos e teve passagens também pela Seleção Brasileira, Corinthians e Rússia. 

 

O Atlético caiu para a quinta colocação no Campeonato Brasileiro, superado ontem pelo São Paulo, que venceu o Athletico por 1 a 0 na Arena da Baixada. A partida era da 13ª rodada. Com o resultado, o tricolor foi a 30 pontos, colado em Palmeiras e Flamengo, com a mesma pontuação, enquanto o alvinegro está com 27. O gol da equipe paulista foi marcado pelo atacante Vítor Bueno.