As vaias da própria torcida na noite de ontem, no Mineirão, foram naturais a um Cruzeiro que de novo desperdiçou a chance de se afastar com segurança da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Mais do que isso, foi incapaz de marcar um gol no Avaí, primeira equipe que matematicamente caiu para a Série B do ano que vem, e que tem a pior defesa da competição, com 51 gols sofridos em 33 jogos – só não foi vazada em sete deles.
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Foi mais um empate dentro de casa sob o comando de Abel Braga, que acumula invencibilidade de 11 partidas, mas com apenas três vitórias, o que explica muito por que a equipe, mesmo fora da zona de degola, ainda está tão ameaçada de queda. Antes, havia ficado na igualdade no Gigante da Pampulha com adversários que também lutam contra o rebaixamento, como Fortaleza e Fluminense.
De qualquer forma, segue dependendo só de si para escapar da Segunda Divisão, que seria um desastre sob todos os aspectos. O próximo compromisso será contra o Santos, sábado, às 21h, na Vila Belmiro, e voltar ao Z-4 nem passa pela cabeça dos cruzeirenses.
“Enquanto houver possibilidade vamos acreditar. Nossa ideia era fazer sete pontos em três jogos. Então, este empate nos obriga a ganhar do Santos”, afirmou o técnico Abel Braga, que entende o descontentamento dos torcedores ao ver o time tropeçar como mandante mais uma vez. “Torcedor é soberano”.
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Entre os atletas, o atacante David foi o primeiro vaiado, ainda no primeiro tempo. Afinal, se começou em cima, criando duas boas chances com 4min, a Raposa caiu de rendimento logo e até deu espaço ao adversário, que finalizou em bela bicicleta de Vinícius Araújo, aos 24min.
Tentando dar mais força ofensiva, Abel Braga mandou a equipe celeste de volta para o segundo tempo com Pedro Rocha no lugar de Marquinhos Gabriel. Inicialmente, pareceu que a estratégia daria certo, mas como a falta de criatividade persistiu, trocou David por Fred.
Ao menos a Raposa começou a finalizar mais, como fez Pedro Rocha aos 18min, para defesa de Vladimir. Oito minutos depois, Thiago Neves cobrou falta frontal, com perigo.
A torcida até tentou apoiar, mas o time não ajudou em campo. Ainda mais quando errou saída de bola, como ocorreu com Thiago Neves aos 30min, permitindo finalização perigosa de Pedro Castro.
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“Time pipoqueiro, tem de ter raça para jogar no meu Cruzeiro”, gritaram os torcedores, mostrando toda a insatisfação com o futebol apresentado.
Só a partir dos 40min o Cruzeiro tentou tocar a bola. E aos 45min criou a melhor chance, com Dodô cruzando da esquerda e Thiago Neves, sozinho, cabeceando para fora, rente à trave. Já aos 50min, Dodô arriscou da entrada da área, mas Vladimir pegou.
VAIADO
Na saída, os torcedores não perdoaram Thiago Neves. “Todo mundo sente muito este momento. Até na hora de finalizar... eu mesmo perdi boa chance de cabeça, que eu não erro, nunca errei na vida, uma bola fácil, um cruzamento perfeito. Acho que todo mundo está sentindo um pouco de nervosismo. A gente espera que no próximo jogo a gente possa melhorar algumas coisas para ganhar lá em Santos”, declarou o camisa 10, para quem as vaias são naturais pelo momento. “Se estivesse em outra situação, todo mundo ia sair aplaudido pelo jogo que a gente fez”.Cruzeiro
Fábio; Orejuela, Cacá, Fabrício Bruno e Dodô; Henrique, Éderson (Robinho 30 do 2º), Marquinhos Gabriel (Pedro Rocha, intervalo), Thiago Neves e David (Fred 15 do 2º); Sassá
Técnico: Abel Braga
Avaí
Vladimir; Lourenço, Marquinhos Silva, Kunde e Igor Fernandes; Luanderson (Wesley 39 do 2º), Richard Franco, Pedro Castro e Luan Pereira (Matheus Barbosa 16 do 2º); Vinícius Araújo e Caio Paulista (Matheus Lucas 46 do 2º)
Técnico: Evando
33ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Mineirão
Árbitro: Diego Pombo Lopez (BA)
Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Elicarlos Franco de Oliveira (BA)
VAR: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
Cartão amarelo: Thiago Neves, Fred, Pedro Rocha (*), Vinícius Araújo e Igor Fernandes
Pagantes: 15.012 (21.217 presentes)
Renda: R$ 285.904,50
Próximos jogos do Cruzeiro: Santos (F); CSA (C) e Vasco (F)
(*) Suspenso
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